quarta-feira, 18 de abril de 2012

Black Letter =6=


Fiquei assustada e olhei pra Sam e ele me olhou tentando me acalmar...
— Calma Meg isso foi o barulhos dos primeiros fogos... Concentre-se. – Ele sustentou meu olhar por um tempo.
Assenti com a cabeça e me voltei para as bombas a minha frente comecei a desarmar a primeira igual Sam tinha feito e consegui retirar o tubo azul sem ser explodida. Cada bomba levava uns 10 minutos para ser desmontada e desativada e nós não sabíamos a quantidade de bombas que teria ali. Vimos que alguns zepelins levantaram voo e um aperto surgiu no meu coração, olhei pra Sam de novo que retribuiu o olhar e voltou a desmontar mais uma bomba, e eu voltei a desmontar outra. Ficamos assim por um tempo e percebemos que não iríamos conseguir desarmar todas, mas umas 20 delas nós desarmamos. Todos os mini zepelins já estavam no ar e nós fomos em direção ao palco da festa. Lá já estava a Madre pegando o microfone e anunciando que fariam uma evacuação da área, e para todos procurarem lugares seguros. Olhei pro céu e vi um dos zepelins inflar.
— Sam... Aquilo vai explodir... – Apontei para o céu onde o zepelin estava ele olhou pra cima e viu o modo perigoso que a coisa inflava.
— Meg temos que sair daqui... AGORA! – Ele estava assustado.
— Mas Sam e a Lucy e o Iam? – Disse preocupada.
— Agora num dá pra pensar neles... - Sam puxou minha mão e fez acompanha-lo correndo na direção da mata que tinha ali perto.
Ao perceber nossa movimentação outras pessoas começaram a correr para lá também, quando estávamos quase saindo dali à primeira bomba explodiu!
Mas não foi como a outra explosão, a dos fogos...
Essa fez a terra tremer, o barulho era ensurdecedor o calor das chamas chega por todos os lados, fogo consumia as coisas que tocava e um cogumelo se formou onde a bomba tinha explodido.Sam continuou correndo e me puxando ele não me deixava parar de correr. Eu sentia meu pulmão doer com a falta de ar, sentia gosto de sangue na garganta.
Mais uma explosão. Pior que a primeira.
Essa foi tão forte que senti a terra ondulando de baixo dos meus pés e perdi o equilíbrio, mas Sam não me deixou cair.
— Meg não para de correr... – Os olhos de Sam
Continuamos sem parar e chegamos ao lago que tinha ali... Atravessando ele tinha o St Marcele, mas por aquele caminho só podia atravessa-lo a nado.
— Meg, vamos ter que nadar! – Ele me olhava preocupado.
— Sam eu não sei nadar. – Meus olhos começaram a encher de lagrimas. Ele me olhou mordendo os lábios.
— Meg, vou precisar que você confie em mim... Vou precisar que você segure no meu pescoço... E não solte,mas mantenha o corpo mole! – Ele disse me instruindo.
— Okay, mas antes vou tentar fazer uma ligação. Porque na travessia vou perder ele...
— Tudo bem vai rápido.
Liguei pra minha mãe e ela disse que estava acompanhando pela televisão e estava preocupada e as autoridades mandaram procurar lugares com profundidade pra se esconder. Eu disse que a amava e desliguei o telefone.
— Vamos? – Ele me perguntou com pressa.
— Vamos, chegando lá precisamos ir para o porão! – Falei pra ele e meu tom soava desesperado.
Olhamos para trás e vimos às colunas de fogo subindo e ouvimos gritos desesperados das pessoas. Entramos na água e eu segurei o pescoço de Sam, ele me puxava mais eu sinto que ele não vai aguentar muito...
Uma bomba caiu perto do lago.
Ele me puxou para baixo da água olhamos para cima vendo a tudo clarear e ficar de uma cor amarelo alaranjado e a água ficou morna. Sam me puxou e fomos submersos até quando não tínhamos mais ar. Votamos e vimos que estávamos perto da margem Sam me puxava desesperadamente até que conseguimos alcançar a terra Sam estava cansado de mais para prosseguir mas eu o levantei e o puxei voltando a nossa corria, conseguimos chegar aos muros do St Marcele. Tive a certeza que meus pulmões iriam explodir que nem aquelas bombas, eu já estava desistindo de correr, mas eu sabia que não podia parar até chegar a um lugar seguro.Sam e eu nos arrastamos pelo muro até chegar ao portão, pegamos um pouco de fôlego e corremos até a porta e entramos com tudo. A primeira coisa que fiz foi achar o telefone no escritório da Madre e ligar para Lucy. Graças a Deus ela me atendeu...
— Lucy onde você está?
“No porão do McCoy com Iam ele está muito machucado, ele me salvou e acabou se machucando... Mas onde você está?”
— No Marcele... Vou para o porão... Estou com o Sam...
“ Okay se cuida!
Desligamos e eu levei o telefone comigo. Dei graças por ele ser sem fio.
Subi correndo no meu quarto. Peguei minhas malas que não estavam desfeitas e joguei escada a baixo.
— Sam leva isso para o porão! Já te encontro! – Eu tentava fazer as coisas mais rápido que eu podia.
— Okay... Mas onde fica o porão daqui? – Ele perguntou meio perdido.
Expliquei pra ele e sai correndo para a cozinha com uma mochila nas costas peguei tudo que tinha ali pra comer e enfiei na bolsa e corri para o porão. Barulhos de explosões estavam cada vez mais perto, fazendo o chão tremer e moveis e pedaços da construção cair. Acabei caindo na escada que dava para o porão machucando minha perna, mas levantei e continuei a andar até achar Sam.
— Onde você foi Meg? – Ele me perguntou preocupado.
— Cozinha. – Respondi
— Por que você está mancando? – Ele indagou.
— Cai da escada. – Respondi tentando esconder a dor que eu sentia.
— Vem senta aqui.
Ele me ajudou a sentar em cima de uns panos que ele tinha aberto e sentou ao meu lado passando os braços em volta de mim.Ficamos quietos ouvindo o barulho das explosões e sentindo o chão vibrar... Vez ou outra alguma coisa caia ou desabava. Ficamos parados esperando as explosões ficarem menos frequentes, mas parecia que elas nunca iam parar estavam ficando cada vez mais próximas. Meu coração batia tão forte que dava pra ouvir do outro lado da sala.
— Calma Meg nós vamos ficar vivos! – Sam disse com a voz tremula.
— Sei disso não Sam... - Meus olhos estavam lacrimejando devido a dor.
Ele virou meu rosto na direção dele e me fitou por uns instantes
— Tudo bem já que você não tem certeza que vamos ficar vivos...
Ele puxou meu rosto e me deu um beijo urgente enquanto me abraçava forte, afagando meu cabelo de forma reconfortante. E quando rompeu o beijo ele sorriu para mim.
— Agora eu posso morrer. – Ele disse me aconchegando em seu peito.
— Sam não fala assim... – Minha voz saiu fraca e cortada.
Sentimos uma explosão acima de nós que fez todas as paredes vibrarem o chão ondular e coisas começaram a desmoronar. Sam me puxou contra ele me abraçando forte e me protegendo de alguns destroços que caiam. Eu levei minhas mãos às orelhas tentando abafar o som que a explosão fazia.
Ficamos nisso a noite inteira.
O desespero estava tomando conta de nós... Não sabíamos se as paredes iam aguentar, Sam estava preocupado com a minha perna que estava inchando, ele tentava me consolar e me acalmar de toda a forma possível. Mas o medo não me deixava descansar.Foi a pior noite da minha vida apesar de Sam estar fazendo de tudo para eu me desligar das coisas e dormir um pouco, eu não consigo.
Eu só quero sair daqui!
Mas as explosões pararam por hora...
Ao menos dava pra sossegar um pouco.