quarta-feira, 14 de março de 2012

In The Lake


Eu estava em uma viagem com meu pai... Iríamos entrevistar uma família que mora em frente a um lago mal assombrado.
Não acreditamos, mas ele é jornalista e eu sou sua assistente júnior por um mês... Então temos que cobrir as matérias que o jornal exige.
Quando chegamos ao a casa da família Grim notamos que era tudo muito sombrio... Talvez fosse uma jogada para manter as aparências.
Batemos na porta e fomos recebidos por duas garotas mais ou menos da minha idade entre 17 e 15 anos.
— Vocês são os Sanders?
Meu pai respondeu.
— Sim... Muito prazer, eu sou o Johnny essa é a Liz Sanders - Ele apontou para mim e fiz um aceno com a cabeça — e Seus pais? – ele perguntou
— Eles foram ao mercado senhor... Mas disseram que vocês podiam entrar se acaso chegassem antes deles.
— Tudo bem então... – Meu pai disse olhando para a garota.
— Podem entrar! – Ela disse simpática
— Obrigado. – Meu pai respondeu formal.
Eu e meu pai entramos na casa, e elas nos conduziram a sala de estar e indicaram as poltronas para que nós sentássemos.
Eu comecei a puxar assunto com as garotas enquanto meu pai olhava o lago do lado de fora da casa.
— Então meninas eu sou a Liz como meu pai já falou... Como são os nomes de vocês?
— Bom eu sou Rosie e essa é minha irmã mais nova Ciel.
— Vocês vivem aqui a quanto tempo? – Prossegui com as perguntas.
— Desde que nascemos... - Respondeu Ciel.
— E essa lenda do lago existe desde que vocês nasceram? – Inquiri.
— Sim... Felippo sempre esteve ai! – Rosie começou a contar.
— Felippo? – Fiz cara de duvida.
— Felippo Clericuzio o antigo dono da casa... Ele morreu afogado com 22 anos desde então ele está no lago.
— Como vocês sabem disso? – Não consegui esconder a descrença.
— Felippo fala com a gente. – a pequena sorriu —Mas ele fala mais com a Rosie. - Comentou Ciel.
— Quer ir ao lago com a gente? – Rosie me perguntou
— Aaahh... Tudo bem! Pai? – olhei para ele.
Ele assentiu e nós fomos em direção ao lago. Ao chegar lá vi que era um lago de um tom de azul cristalino muito bonito, fiquei olhando fascinada para o lago, eu e as meninas conversamos por um tempo ali e decidimos voltar.
Antes de virar em direção a casa achei que tinha visto um vulto ali perto... Mas são só coisas da minha cabeça pelos assuntos que a nós conversamos, chegando na casa o Senhor e a senhora Grim já tinham voltado e estavam conversando com meu pai.
Depois de um tempo na casa decidimos ir, mas antes de sairmos da casa uma forte chuva começou nos prendendo ali.
Os Grim nos convidaram a passar a noite em sua casa, e relutantes aceitamos. Meu pai dormiria no quarto de hóspedes e eu ficaria com as meninas.
Enquanto tentava dormir passei a ouvir sons muito estranhos vindos de fora... Sem ser o som do vento e dos galhos das arvores quebrando, comecei a me assustar com os barulhos a minha volta e fiquei olhando fixamente pela janela. As vezes vi vultos passando por ela ou simplesmente parados em frente a ela.
Mas isso era devido ao fato de estar assustada.
Assim espero!
— Liz... Você quer um fone de ouvido para evitar ouvir os sons da chuva? - Me perguntou Ciel.
— eu asseito Ciel.
Quando ia pegar o fone de ouvido das mãos de Ciel ouvimos um barulho de coisas quebrando e estilhaçando.
Trocamos olhares assustados quando uma janela do quarto estourou e algo entrou por ela.
— Rosie, Ciel. Eu avisei que esse dia chegaria. Foi bom falar com vocês... Mas agora todos nessa casa irão morrer. - Uma voz masculina muito calma comunicou isso para elas.
Olhei para elas e vi suas faces entristecidas e elas olhavam para um ponto fixo. Fiquei confusa por um instante, mas logo compreendi o que havia acontecido ali e meu queixo caiu.
— Quem é você garota? – A voz se dirigiu a mim.
— Meu... Nome é Liz! – estava completamente aturdida.
Assim que disse isso uma forma masculina se formou a minha frente. Ele era moreno claro, porém translucido, tinha olhos verdes e cabelos castanhos claros na altura dos ombros.
— Eu sou Felippo, se quiser permanecer viva pegue as duas e saia daqui... Agora!
Por um momento fiquei parada observando suas feições bonitas, mas quando olhei em seus olhos vi o aviso que ali continha.
Peguei Rosie e Cile pelas mãos e sai correndo pela casa e no corredor encontrei meu pai e os pais das meninas.
— Liz a casa está desabando – meu pai gritou — Nós vamos ver se conseguimos salvar algumas coisas da família... Pegue as meninas e sai daqui o mais rápido possível, só pare de correr quando estiver em algum lugar seguro e distante daqui. Me entendeu?
— Entendi sim pai! – meus olhos se encherem de lagrimas, pois não tinha a certeza de voltar a ver meu pai novamente.
Meu pai veio até a mim e me abraçou sussurrando no meu ouvido "Eu te amo querida".
— Vai Liz... Agora! – Uma lagrima escapou enquanto eu puxava Rosie e Ciel pelas mãos
Elas relutaram um pouco, mas começaram a me seguir. Eu tinha a sensação ruim que meu pai não tinha a intenção de sair da li sem uma boa matéria.
Fiquei com medo, mas eu corri até perder o fôlego. Até minhas pernas ficaram moles. Meu pulmão parecia que iria estourar, senti gosto de sangue na garganta devido ao esforço. Olhando para ponte que saia da propriedade vi Felippo nos observando com um olhar indecifrável, mas ele parecia... Feliz.
Depois de um bom tempo correndo encontramos um hospital aberto.
Lá tinha mais quatro jovens na mesma situação que a gente... Cansados de pijama cabelos desgrenhados. Eles conversaram um pouco com a gente e depois fui falar com Rosie.
— Você sabe o que aconteceu ali? – perguntei à ela
— Sei, mas não sabia que realmente iria acontecer.
— O quê?
— A libertação de Felippo. – ela me olhava seria.
— Você pode me explicar?
— Acho que sim. – ela parou para tomar fôlego — Quando ele morreu no lago, foi por tentar salvar uma garota que acredita-se que era uma bruxa que ele amava. Quando ele morreu para salva-la ela lançou um feitiço que chegaria o tempo que eles se reencontrariam mesmo na morte e tudo que vivia ali perto morreria para ele ser liberto e os dois ficarem juntos.
— Que estranho.
— Pela descrição ela se parece com você Liz.
— Hum? – fiquei confusa — Okay, precisamos descansar.
Fiquei um bom tempo pensando nisso, mas esqueci essa história assim que o meu pai entrou de maca no hospital e foi para sala de cirurgia. Eu estava inconsolável, chorei o tempo todo de espera, mas 4 horas depois meu pai foi para um quarto. O medico me disse que ele ficaria bem, mas não voltaria a andar.
Mas a única coisa que eu sei é que eu quero voltar pra casa e esquecer que um dia eu e meu pai passamos por isso, vai ser difícil, pois nosso encontro com Felippo deixou sequelas irreparáveis.
Agora é só levar a vida adiante e deixar esse passado para trás...
Porque o que passou, passou e não pode ser revogado!