sábado, 7 de janeiro de 2012

Danger Line #3


Acompanhei Paul por um longo caminho que levava aos fundos da casa... Nem poderia onde imaginar aonde ele me levaria... Mas era um belo caminho era uma estradinha de ladrilhos ladeada de cercas vivas com rosas vermelhas por toda a sua extensão, caminhamos mais um pouco e pude ver aonde ele me levaria... Havia uma estufa de flores localizada próximo a uma floresta que ficava atras da casa.
— Ma chérie já visitou uma estufa?
— Não... Mas sempre tive vontade.
— Acho que a senhorita vai gostar de ver o que a lá.
— Porque o Sr pensa que eu irei gostar?
— Eu sei. Simples assim.
Ele piscou para mim, e eu senti minhas bochechas corarem.
Nunca pensei que isso aconteceria na minha vida. Um cara bonito como o Sr Brown piscando pra mim... Tudo bem que foi só uma brincadeira, mas ainda sim me parecia estranho...
Nós entramos na estufa, era um lugar lindo, eu realmente adorei aquele lugar. Paul soltou o meu braço e me deixou andar pela estufa para admirar as flores que ali estavam... Fiquei meio perdida no meio de tantas variedades... E indo para o fundo da estufa reparei que havia uma área reservada na estufa onde um tecido que eu não sei o nome separava do resto das flores, fiquei curiosa em relação a isso e fui ver o que era. Caminhei na direção do tecido e o puxei para o lado me deparando com um canteiro de rosas que eu ainda nunca tinha visto.
Eram rosas negras.
Fiquei surpresa ao velas não sabia que isso era possível, fiquei encantada e ao mesmo tempo assustada a varias histórias sombrias que envolvem rosas negras e eu achava que elas nem existiam... Não achava que era possível elas existirem. Senti uma mão extremamente gelada no meu braço e virei assustada.
— Pardon chérie não quis assusta-la.
— Não foi nada – Disse meio sobressaltada ainda do susto.
Paul sorriu de uma forma sedutora. Ou ele está querendo algo comigo ou ele é sexy vinte e quatro horas por dia.
— Gostou das minhas rosas?
— Sim elas são incríveis... Mas elas não tem um significado ruim?
— Mitos. Histórias que as pessoas inventam. Elas nem sabem se existem ao certo, mas criam histórias absurdas...
— Mas pra você tem algum significado?
— Sim... Mas outro dia eu te conto. Vamos?
Ele pegou na minha mão me levando dali, e mais uma vez seu toque era tão frio como um lago gelado no inverno. Mas não ia comentar nada, prestei atenção ao seu toque que pro mais que fosse frio, me fazia sentir um leve formigamento na mão, era aconchegante de certa forma... A mão dele é muito grande perto da minha, e ao mesmo tempo em que é uma mão máscula é bem cuidada.
Ele foi me conduzindo até a porta do castelo e ao chegar parou a minha frente e fitou meus olhos por um tempo, eu sentia que os olhos dele iriam me fazer ser consumida por chamas.
Corei.
Desviei o olhar, mas ele puxou me rosto para voltar ao contato visual, sua mão gelada em meu rosto me deu arrepios. Ele se inclinou para frente e eu pude sentir a respiração dele no meu rosto, ele estava contornando minhas maçãs com o nariz e eu pude sentir seus longos cílios nas minhas bochechas e por fim ele depositou um demorado beijo ali. Meu coração ficou totalmente descompassado, tenho certeza que ele podia ouvi-lo, pois ele deu uma leve mordida e voltou a me olhar nos olho sorriu e saiu andando...
E eu como uma boba retardada levei a mão a minha bochecha automaticamente sentindo aquela leve dor da mordida dele.
Entrei na casa e fui até o meu quarto, mas no corredor encontrei Richard.
— Maninha... - Ele me encarava como se tivesse uma carta na manga o que me preocupou um pouco!
— Diga... - Tentei parecer Indiferente
— Duas coisas... - Ele abriu um largo sorriso.
— O que? - Eu já estav morrendo por dentro pois sabia o que ele falaria em seguida!
— EU VI. - Ele passou por mim dando altas gargalhadas.
Ai esse garoto viu... Deixa ele na minha mão.
Entrei no quarto e fui me deitar um pouco, estava cansada.
Dormi...

"Eu estava parada olhando para o horizonte quando ouço passos se aproximando... Olho para o lado e vejo o Sr Brown estendendo a mão para mim e quando estou prestes a segura-la vejo uma multidão se aproximando com tochas acesas e armados vindo em minha direção, olho para direção do Sr Brown mas ele não está mais lá.
Perdi minha chance.
Comecei a correr as vezes olhando para traz vendo soldados á cavalo me seguindo prestes a me matar, quando eu novamente olho pra frente vejo um penhasco a minha frente, um enorme abismo negro pronto para me receber, me chamando convidativamente.
Sem olhar para traz eu me lanço pelo penhasco, sei que não há volta, vou caindo sendo engolida pela escuridão a minha volta... Quando olho para o lado vejo Paul observando a minha queda e sorrindo maravilhosamente, tento pedir ajuda mas ele só me observa. Então quando não consigo mais enxergar nada devido a escuridão, eu me dou conta que estou morta."

Quando acordei não estava tão mal quanto ontem, mas não conseguia mais dormi.
Resolvi dar uma volta.
Senti uma sensação de Déjà Vu, mas continuei meu caminho, e quando vi já estava no hall de entrada. Olhei para fora e o céu estava lindo e estrelado, acho que nunca tinha visto o céu desse jeito.
Fui para fora e uma brisa gélida soprou agitando minha camisola.
Fui andando na direção da estufa, mas uma agitação na floresta me chamou atenção, fui andando naquela direção, algo me dizia para dar meia volta e sair correndo, mas a minha curiosidade era muito mais forte...
Continuei andando e já estava entrando na floresta quando ouvi um barulho diferente, mas ignorei e continuei a andar, as sombras projetadas pela luz da lua estavam me assustando, mas mantive meu caminho, firme até chegar uma clareira.
No meio dessa clareira tinha um lago no centro e algumas flores noturnas espalhadas, era a coisa mais bonita que já vi... Do nada uma sombra passou ao meu lado e eu me assustei indo para o lado e tropeçando em uma raiz e acabei cortando a perna, era um corte feio e parecia profundo, mas logo parei de prestar atenção nisso, pois havia um par de olhos vermelhos me fitando...