domingo, 21 de outubro de 2012

Danger Line #27


Ver Paul naquele estado me deixou desesperada eu olhava pra Josette pra saber o que fazer, pois eu mal conseguia me mexer direito. Ela veio e pegou ele no colo – por um momento estranhei mais lembrei da força vampiresca dela – e correu para o quarto dele comigo em seu encalço, ela o colocou sobre a cama e ele estava semiconsciente.
— Frère ce qui s’est passe? – ela perguntou preocupada — M’entendez-vous? S’il vous plaît de me parler!¹*
— Josette calmer, jê vais bien – ele respondeu em um sussurro calmo porém muito fraco. — Je ne vais pas mourir maintenant, pas maintenant²*. – ele sorriu fraco e olhou na minha direção depois fechou os olhos
Josette me olhou totalmente preocupada.
— Lana Paul precisa se alimentar eu vou atrás de um dos nossos servos... – ela lançou um olhar tenso para Paul — ele vai precisar de três ou quatro pessoas para acelerar a recuperação sem matar ninguém. – ela voltou seu olhar para mim — S’il vous plaît cuide de mon frère.³*
Ela saiu pela porta do quarto me deixando a sós com Paul eu automaticamente fui para perto dele já fazendo um feitiço que deixava minhas mãos envoltas em esferas azuis de energia indo direto em seus machucados fazendo-o soltar uma exclamação de dor.
— Paul você vai ter que ser forte. – disse pra ele com os olhos formando grossas lagrimas.
— Por você posso tentar ser petit – ele me respondeu numa voz fraca.
Lagrimas rolaram pelos meus olhos eu não pude segura-las elas simplesmente desciam pelo meu rosto, Paul ergueu a mão e limpou minha lagrima.
—Não fique assim chérie... – ele me olhava com ternura — Seja forte por mim também.
Sorri pra ele e fiz sinal para que ele não se movesse tirei a blusa rasgada e as calças deixando-o só com as roupas de baixo, pude ter uma dimensão de seus ferimentos,eles eram extremamente profundos o que me deixou preocupada e assustada.
Paul estava realmente mal.
Comecei o processo de cura me concentrando primeiro nos ferimentos mais profundos tentando fazer os sangramentos dele estacarem, demorou um pouco mais consegui fazer seu sangue parar de se esvair, depois comecei a consertar alguns ossos quebrados de suas costelas. Depois de um tempo tentando repara-las sem muito sucesso – pelo que vejo a estrutura óssea de um vampiro é mais resistente, porém muito mais difícil de consertar. – Josette chegou com três pessoas para que Paul pudesse se alimentar e ter uma melhor recuperação, olhei para com um sorriso fraco e um olhar aflito que foi retribuído da mesma forma.
Sai do quarto para dar uma privacidade aos dois, fiquei andando de um lado para o outro no corredor para aliviar um pouco a tensão que percorria meu corpo, eu estava muito tensa. Depois de um tempo Josette saiu do quarto seguida das três pessoas que estavam pálidas e nitidamente tontas.
— Lana fique com Paul agora... Ele pede sua presença. – ela sorriu e eu fiz um aceno de cabeça me lançando para a porta entrando aos tropeços.
— Não caia petit, não precisamos de mais uma pessoa invalida! – Paul me disse com a voz completamente cansada.
— Você não está invalido Paul. – Repreendi a forma como ele se colocou.
Ele esboçou um sorriso fraco. — Estou temporariamente invalido Lana, tenho que me recuperar isso pode demorar alguns dias, essas três pessoas não foram o suficiente.
Sim era claro que elas não foram o suficiente, os olhos dele ainda estavam escuros e eu podia ver a dor que ele sentia, esses ferimentos não são comuns ele estava seriamente debilitado. Segurei a mão dele olhando em seus olhos, ele sorrio novamente tentando esconder a dor que ele sentia, eu já o conhecia bem de mais para não notar quando ele se sentia mal...
Eu avancei um pouco para ele  e retirei meu cabelo da curvatura do meu pescoço me inclinando sugestivamente para ele.
— Lana... – ele me disse com voz rouca e levemente surpresa — Nesse estado eu posso acabar te machucando.

— Paul não me conteste. – eu disse com tanta firmeza que eu mesma me espantei.
Ele inalou meu pescoço e segundos depois ele me perfurou com as suas presas, sugava meu sangue aos poucos, tentando não perder o controle, para não me machucar.
 Meu corpo tinha uma reação estranha a isso, quando ele me mordia eu sinto todos os meus músculos abdominais contraírem e eu fico eufórica, mas também queria ficar quieta sentindo as ondas de calor que passavam pelo meu corpo, minha vontade era me aproximar dele e me recostar, porém sei que se o fizer vou machuca-lo muito mais do que ele já está.
Ele levou uma das mãos para o lado do meu pescoço que a sua boca não cobria e fez um carinho enquanto suas presas me abandonavam.
Ele me olhava nos olhos quando disse — Obrigado por cuidar de mim chérie. Je t'aime**.
Meus olhos encheram-se de lagrimas e não pude deixar de sorrir para Paul.
— Não se esforce... Descanse... Amanhã quero você melhor ok!
Ele retribuiu meu sorriso e fechou os olhos e eu só reforcei pra ele pegar no sono rápido.
Dei mais uma verificada nos ferimentos dele e percebi que alguns já estavam melhorando e outros estavam feios, e foi exatamente nesses ferimentos que eu me dediquei pelo resto da noite.
Fui me concentrando em cada ponto de ferimento mais sério executando feitiços de cura mais elaborados que eu conhecia para acelerar cura, reparar ossos, fechar fendas musculares... Não tinha percebido, mas Paul estava realmente mal e por um pouco não morreu, com esse pensamento eu comecei a chorar copiosamente, a percepção de que eu realmente não perdi o vampiro mais irritante, chato, grosso, educado, carinhoso, inteligente, charmoso, sexy e bipolar que eu conheci na vida e que estou me dando conta de que eu realmente amo...
Mesmo depois de todos os surtos que já tive me provando que realmente gosto dele, vê-lo perto da morte me fez ver o tamanho desse sentimento.
Mesmo tendo tantas coisas nos atrapalhando – tipo um demônio maligno que tem que ser liberto – quero que isso que rola entre a gente de certo... E eu vou me esforçar pra que funcione. Com esse pensamento me concentrei em curar esses ferimentos dele, a cada um que eu tratava ele se contorcia e fazia algumas caretas, mas contando com a minha habilidade – que não é muita – e com que aprendi com Calardan e Claude pela manhã a maioria desses ferimentos estarão quase curados.


N/a: ¹*irmão o que aconteceu? Você pode me ouvir? Por favor, fale comigo!
²*Josette calma, eu estou bem.Eu não vou morrer agora, não agora
³* Por favor cuide do meu irmão.
** Te amo.