sábado, 21 de abril de 2012

Danger Line #17


Josette se afastou de mim com os olhos vermelhos ainda.
— Obrigado Lana, nem sei como te agradecer por me ouvir. – Ela sorria pra mim. Como ela consegue fazer isso ainda?
— Não foi nada Josette vá dormir e descanse um pouco você precisa.
Ela assentiu com a cabeça e foi caminhando para o quarto em quanto eu pensava no que fazer...
Tomei uma decisão!
Vou atrás de Paul... Não é possível que ele esteja aceitando o sacrifício de Josette numa boa, ele pode ser o que for mais aceitar isso não faz parte de quem ele é...
Ele saiu, mas para onde será que ele foi?
Usei de magia para sentir a direção que ele tinha ido e percebi que naquele caminho só podia dar em um lugar.
O laboratório de alquimia dele.
Sai correndo pelo caminho com o vento gelado batendo no meu rosto, e o fato de estar de pijama não adiantou muito. Quando cheguei na clareira o grande lobo com olhos vermelhos, Wolfgang, veio me receber desconfiado mas eu não tinha tempo para ser gentil com ele agora então fui direta e disse olhando para os olhos vermelhos dele.
— Wolfgang coisa peluda e branca preciso falar com o Paul... Posso ir até ele? – Perguntei me achando meio estranha por estar falando assim com o lobo que era maior que eu.
Ele me fitava pensativo.
— Sério eu quero ajudar a Josette.
O lobo inclinou a cabeça como se soubesse da Josette. Me olhou fixamente e virou de costas olhando pra ver se eu o seguiria, dei um passo na direção dele e ele disparou pela mata e eu fui atrás dele correndo para não perde-lo de vista. Quando cheguei ao laboratório Wofgang já estava sentado a porta esperando minha chegada.
— Obrigado.
Ele piscou pra mim e eu passei a mão no topo da cabeça dele. Fiquei surpresa como seu pelo era macio, então entrei na sala de Paul mais algo estava acontecendo ali então permaneci meio escondida.
Parecia que Paul estava discutindo com alguém...
— ... Já te falei que não há necessidade de fazer isso a ela, Lana já está quase pronta para o feitiço que vai te libertar.
— Paul, Josette é minha posso fazer com ela o que quiser.
A voz que o respondeu era grave e profunda fez todos os pelos da minha nuca se eriçarem. Fiquei com medo. Estiquei-me um pouco para ver melhor.
Vi que Paul olhava para uma espécie de projeção, a figura projetada eu já tinha visto no meu sonho. Pálido, cabelos pretos, aparência frágil muito bonito, mas seu olhos eram horríveis e cruéis ele não tinha iris seus olhos eram de uma única cor... Não tinham o famoso branco do olho, um era todo preto e outro todo vermelho com uma única risca branca no meio.
— Josette não é sua Fenriz, nunca vai ser!
— Veremos meu pobre vampiro, ela é a única das prisioneiras que me inspira algum interesse, nem a rainha do povo belo me causou isso. Enquanto ela estiver em meu agrado eu vou me divertir, mesmo que isso a faça sofrer, pois pra mim é indiferente.
— Okay e quando libertarmos você, você deixará ela em paz?
— Claro.
A expressão irônica em seu rosto fez Paul apertar os punhos. Mas Paul se recuperou e o respondeu calmo
— Tudo bem Fenriz em questão de 10 dias vamos solta-lo.
—Muito bem! Estou ficando impaciente já e enquanto eu ficar assim sua irmãzinha será minha distração.
E assim Fenriz sumiu. E eu fui entrando na sala aos poucos. Paul estava muito tenso o seu maxilar estava travado.
— Paul... - O chamei a certa distancia.
Ele me olhou, sua iriz estava vermelha.
— O que você faz aqui? – Sua voz irritada me fez encolher.
— Eu vim conversar... – Disse baixinho.
— O que você viu? – Seu tom foi muito duro.
— O fim da sua conversa com ele... – Respondi a pergunta dele.
— Com que ordem você entrou aqui? – Ele me olhava com muita raiva.
Ele se aproximou de mim perigosamente e acabei recuando.
— Paul eu quero te ajudar. – Falei tentando acalma-lo
— Lana saia daqui. – Ele foi categórico.
— Paul eu quero ajudar a Josette. – Falei tentando conversar.
— O que você sabe a respeito disso? – Ele me pegou por um braço com força e começou a me levar para fora dali, ele estava nitidamente perturbado e nervoso. — Você não sabe o que ela passa, nem eu sei disso.
— Ela me contou e quero ajudar! – Disse em minha defesa.
Ele segurou meus braços com força me deixando de frente pra ele.
— O que você acha que pode fazer? Você não está preparada pra isso! No máximo se tentar algo vai morrer! Você é apenas uma garotinha!
Ele me soltou e fechou uma porta na minha cara. Quando olhei em volta estava o lado de fora do laboratório dele com Wolfgang ao meu lado que me olhava com cara de dó.
— Não me olhe assim. – Falei com a voz pastosa, pois queria chorar.
Ele sentou e colocou o focinho na minha testa.
- Eu sei que ele estava nervoso, por isso me tratou mal, mas eu só quero ajudar Wolf.
O lobo colocou a enorme pata no meu ombro. Ele levantou e se enfiou em baixo das minhas pernas me fazendo montar nele e disparou a caminho do castelo novamente. Ele deu um salto entrando diretamente no meu quarto onde Shane ainda dormia.
Ele se abaixou e me derrubou na minha cama com cuidado. E ia saindo.
- Ei Wolf... Obrigado! Quer dormir aqui?
O Lobo pareceu sorrir e subiu na minha cama envolvendo a mim e ao Shane nos esquentando com os seus pelos macios e assim voltei a dormir.
Quando acordei no dia seguinte o lobo já tinha ido embora. E Shane já tinha se levantado.
— Lana a mamãe me chamou vou tomar café.
Ele nem esperou eu responder e saiu do quarto enquanto um Paul com uma cara cansada entrava e sentava na minha cama. Olhando-me com uma cara de culpa e tristeza.
— Lana me perdoe, mas ontem você não me pegou num momento bom chérie. – Ele estava sendo sincero.
— Eu sei Paul me desculpe também. – Falei para ele.
— Petit, eu não tenho o que te perdoar afinal você só quis me ajudar e eu a tratei muito mal. – A culpa que ele sentia me incomodava.
— Paul eu ainda quero te ajudar... Conversei com Josette e vi o que Fenriz faz a ela. – Lembrar aquilo me deixou nervosa.
— Obrigado por estar ajudando ela. – Ele me deu um sorriso cansado.
— Você gosta muito dela não é? – Perguntei com um tom carinhoso.
— Você não sabe o quanto. Prezo muito mais a vida da minha petite sœur* do que a minha. – Seu cansaço evidente o fazia parecer meio doente com marcas roxas embaixo dos olhos.
— Você podia me contar mais sobre vocês? – Perguntei receosa.
— Sim eu posso. Você quer mesmo ouvir nossa história? – A resposta dele foi uma surpresa pra mim.
— Quero.
— Então fique confortável isso pode demorar um pouco.


N/a: Petite sœur: Pequena irmã.