quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Through The Window cap. 2


 I Told Ya, I Was Trouble... You Know... I'm No Good

Ele me puxava entre as pessoas, era um mar de gente e eu estava ficando tonta... E maluca, o que tinha dado na minha cabeça para sair com esse cara? Eu devia ter corrido, chutado as partes dele ou sei lá, só sei que poderia ter feito alguma coisa...
Ele parou em frente a um carro e a porta abriu.
— Entra ai – disse ele sorrindo meigo
Eu hesitei.
— Entra logo... Não temos todo tempo do mundo! – Ele me empurrou pra dentro do carro.
— Ei cadê a miss simpatia que sorriu pra mim a cinco segundos atrás?
— O Lobo Mal comeu!
— Engraçadinho...
— Blá, blá, blá...
Fechei a cara emburrada e fiquei olhando pra fora pela janela, senti que ele me observava rindo, mas não liguei... Eu estava parecendo uma criança?
NÃO LIGO, SOU MESMO A VIDA É MINHA...
Ta parei, desculpa tá!? Quando eu to nervosa eu fico assim...
Olhei pra ele de canto de olho e ele ainda me olhava rindo então não aguentei...
— Qual é? Nunca viu não? – Perguntei ranzinza.
— Não... Como é seu nome? – Ele respondeu sem alterações na voz
—... – Não respondi
— Sério! Qual é o seu nome?
— Humpf... Alice... E o seu?
— Gabriel.
— Bom Gabriel, vamos falar claramente agora... Qual é a jogada? O que você que de mim?
—Não há jogada, só quero conversar... Por que você fica olhando pela janela para me ver passar? – Respondi com outra pergunta e ele me olhou irônico.
 — Como você sabe que é pra ver você passar? – Respondi com outra pergunta e ele me olhou irônico.
— Por que então hoje quando eu não passei na hora você fez cara de decepção? – Ele entrou no meu joguinho barato.
— Como você conseguiu ver minha cara a distancia? – Insisti.
— Porque você está fugindo das minhas perguntas com outras perguntas? – Ele perguntou direto.
— Eu não to fugindo... Você anda me observando pra saber dos meus hábitos "janelais"?
— Não?... Hábitos "JANELAIS"? Da onde você tirou isso? – ele me olhava incrédulo
— Tenho uma mente fértil... Não vai me responder? – Questionei novamente.
— Você por acaso me respondeu alguma coisa? – Ele rebateu.
—Por que te responderia? Não te conheço direito! Quem é você? – Falei desconfiada.
— Já disse sou o Gabriel... O que mais você quer? – Ele disse.
— Que a gente pare de conversar fazendo perguntas pode ser?
— Pode se isso te faz sentir bem.
— Amém!
Nós nos olhamos e caímos no riso, poxa que conversa mais idiota que acabamos de ter... E sabe do melhor? Nenhum de nós descobriu absolutamente nada a respeito do outro, coisa de doido não é?
— Bom Gabriel pra onde estamos indo?
— Gabe, por favor. – ele disse seco – Não foi você que propôs sem mais perguntas?
—Vai começar de novo? – Disse irritada.
—Não e você vai? – Ele rebateu.
— Dá pra parar? – perguntei exasperada.
— Desculpa, não resisti - Ele disse mudando de humor.
— Ok, para onde vamos? – perguntei novamente.
— Surpresa. – ele sorria.
— Não gosto de surpresas. – disse sincera.
— Não é nada de mais... – ele sorriu.
O carro estacionou e nós descemos, ele pegou minha mão e me conduziu até um bosque cheio de árvores... Ai sim... Com um desconhecido no meio do mato!
PERFEITO!
 Pelo menos ele é bonito. Mas isso é coisa de estar pensando agora? E se ele for fazer um jogo mortal comigo? – PANICO! – Ah eu não quero morrer... Mas algo me diz que ele não me fará mal...
MAS DESDE QUANDO O QUE EU ACHO CERTO?
Nunca fui boa em avaliar pessoas. Mãe te amo me ajuda, quero que escrevam no meu tumulo "menina do pai" aaaaahhhhh...
— Alice? Você ta viva? – a voz do Gabe interrompeu meu devaneio.
— Hã? – disse meio confusa.
— Parece que você tava meio aérea. – ele disse sorrindo.
— Tava pensando só... – respondi.
— Tudo bem, vem comigo.
Ele me colocou na frente e fechou meus olhos com as mãos, que eram bem quentes por sinal. Mas ele foi me guiando até que paramos em um lugar que havia barulho de água corrente. Pronto ele vai me matar afogada. Então ele tirou a mão dos meus olhos, estávamos em um lugar muito lindo. Era um cenário bonito para selar minha morte pelo menos.
Olhei para ele com cara de interrogação.
— Relaxa, sei que você acha que eu sou um *serial killer, mas não vou fazer nada... É que eu gosto desse lugar acho bonito. Pensei que você gostaria. – ele disse simples.
— Pensou certo aqui é muito lindo mesmo. – disse olhando em volta.
— Que bom que você gostou, agora vamos conversar direito? – Olhei-o meio em duvida. — Vamos?



Continua...

*Serial Killer: É um tipo de criminoso de perfil psicopatológico que comete crimes com uma certa frequência, geralmente seguindo um modus operandi e às vezes deixando sua "assinatura", como por exemplo coleta da pele das vítimas