quinta-feira, 4 de junho de 2015

Danger Line #33





Quando abri meus olhos eu estava em um quarto muito claro com coisas modernas ao meu redor, ao tentar me levantar eu quase caí, pois minhas pernas estavam doloridas como se eu tivesse feito um grande esforço, eu estranhei, pois não me lembrava de ter corrido por esses dias....



Alias... Eu não me recordava muito bem dos últimos dias, apenas me recordava de estar arrumando as malas para viajar com a minha família. Quando cheguei ao banheiro e me olhei no espelho levei um susto, meu pescoço havia marcas de dedos arroxeadas como se alguém tivesse tentado me estrangular, automaticamente levei minhas mãos ao meu pescoço e como se eu tivesse apertado um botão flashs de uma batalha horrível, cinco homens, círculos, sangue, mulheres sofrendo e uma em especial que eu gostava muito, um sentimento de ódio e um muito maior que fez minhas bochechas arderem e com isso um rosto de um homem apareceu e meu coração acelerou e meu estomago revirou de ansiedade.
Respirando fundo para controlar as minhas emoções eu me despi e entrei no box ligando a ducha e deixando a água quente tirar o cansaço que tinha se abatido sobre mim e aos poucos a lembrança de tudo o que aconteceu foi voltando dolorosamente para mim.
Sai do banheiro e me enrolei numa toalha que havia ali e fui para o quarto e quando entrei Paul estava deitado em um dos lados da cama lendo um livro, era totalmente atípico velo vestido em roupas modernas... Blusa branca gola “V”calça escura um pouco gastas nos joelhos e uma jaqueta de couro, quando ele levantou os olhos cinzentos para mim e abriu um sorriso de tirar o folego de qualquer pessoa.
— Achei que você não iria acordar – ele me olhou preocupado
— Eu dormi por quanto tempo? – fiquei envergonhada, pois estava coberta apenas com a toalha, mas não deixei transparecer – eu acho- e abri o armário que tinha ali e encontrei minhas roupas e quase chorei de emoção, peguei minhas roupas intimas um short e um moletom que ia até meus joelhos, fui para trás do biombo e me troquei quando sai de trás dele, Paul me fitou e respondeu — durante dois dias e meio você apagou totalmente e durante seu sono você trouxe todos nós para o presente.
— Como assim?
— Depois que nós começamos enterrar os nossos mortos – ele abaixou os olhos por um instante ­— Você começou a ter um pesadelo muito forte e o tempo ao nosso redor começou a ser alterado e quando vimos estávamos na sua antiga casa, como seus pais não podiam nos descobrir, pois você apagou a memoria deles... Alguns dos nossos voltaram para a época em que morávamos, mas outros decidiram ficar – ele sorriu para mim.
— Quem quis ficar? – eu perguntei
— Josette, Calardan, Aya e eu – quando ele disse os nomes eu não pude deixar de conter o meu sorriso, meus amigos continuariam ao meu lado, com esse pensamento eu fui me sentar na beirada da cama.
—Vocês tem certeza disso?
—Josette não quer ficar em um lugar que a faz lembrar do sofrimento dela, Calardan e Aya decidiram ceder a liderança, para o seus sucessores pois querem expandir seus conhecimentos do mundo... Já eu não vou deixar o que é meu andando livremente por ai... – depois de soltar essas palavras ele simplesmente voltou os olhos para o livro que estava lendo.
— Como assim “o que é meu?” – perguntei indignada.
Ele olhou para mim com a carga de dentes impecavelmente brancos a mostra, suas presas afiadas me chamaram atenção enquanto ele falava com voz rouca e vinha pela cama até ficar ao meu lado.
— Você realmente está me perguntando isso? – ele sussurrou ao meu ouvido
— Claro que estou! – eu encarei os olhos cinza dele ­— Você é muito possesivo!
— Eu? – ele me encarou de volta. ­— Imagina... Acho que é só impressão sua... Agora vá se vestir para sairmos antes que eu resolva te atacar e aproveitar que você está apenas com roupas fáceis de rasgar. Isso é provocação em excesso. Temos que encontrar Calardan e Aya.
— Para você TUDO é fácil de rasgar. – eu disse rindo.
— É por isso que temos que ir andando... – ele deu um sorriso estonteante para mim.



Depois que eu me “arrumei” com jeans escuros e uma camiseta da banda Epica eu me encontrei nós encontramos Calardan e Aya, eles formavam um casal extremamente belo e feliz, as pessoas a nossa volta paravam para observar a beleza deles... E a do Paul, mas enfim isso não vem ao caso... Os elfos tinham escondido os traços marcantes de sua raça para poderem conviver entre os humanos.

­— ... mas eu não consegui de fato execrar ele, eu sinto que ele vai voltar. – eu disse pra eles enquanto bebericava o meu café.
— Até lá você terá tempo para treinar e ficar mais forte para conseguir seu objetivo. – Aya comentou. — Até lá teremos momentos de paz.
— Espero que sim. – respondi
— Vocês duas estão me deprimindo... – Paul falou com uma voz de tédio e com isso pude ouvir um riso abafado do Calardan.
— Você não muda nunca não é? – Calardan perguntou entre risos
— Digamos que eu sou uma pessoa estável. – Paul sorria.
— Tanto quanto um mar após as mudanças da lua.
— Qual é nem sou tanto assim.
— Não? – eu perguntei com o tom mais irônico que eu consegui reunir.
Então Paul se levantou da cadeira em que estava e me ergueu e me colocou nas costas.
— Me solta seu bruto. – eu bati nele.
— Não! – ele começou a rir — Como essa garotinha está abusando da minha boa vontade vou dar a ela o castigo que merece! Os senhores me dão licença?
— Por mim tudo bem. – Calardan respondeu calmamente.
— Aya me salva! – eu pedi ajuda.
— Infelizmente eu ainda estou um pouco debilitada – ela ria abertamente ­— Não vou ser de muita ajuda.
— Eu estou feita com essas minhas amizades. – nós rimos enquanto Paul começou a andar comigo pelas ruas me carregando nas costas indo em direção ao hotel em que estávamos. — Você podia me soltar né?
— Eu nunca mais vou te soltar.
— No sentido figurativo ou no literal? – perguntei
— No literal! Vou te amarrar na minha cama e te usar como escrava! – o tom que ele usou comigo arrepiou os pelos da minha nuca.
— Acho que posso convier com isso! – respondi lembrando da sensação das presas dele perfurando o meu pescoço.
— Uau! A alguns meses atrás você ficaria ofendida.
— Ficaria... – dei uma mordida no pescoço dele para provocar e para que ele entendesse o motivo de hoje em dia eu não me importar mais com isso.
— Danada.
— Às vezes! – chegamos ao hotel e ele me levou para o quarto e me jogou na cama debruçando-se sobre meu corpo. — Oh deus, um vampiro! O que farei? – disse na minha melhor voz de mocinha desamparada.
— Você vai se entregar ao vampiro pela eternidade! – com isso ele tirou jaqueta e camisa e me pressionou com o corpo, eu por minha vez arranhei o abdômen dele provocando-o com um sorriso no rosto.
— Eu vou adorar fazer isso!
— Com certeza vai!
Seu corpo pressionou o meu e senti sua mordida.
Vou adorar a eternidade!