domingo, 9 de junho de 2013

What do you know about me? - ~ 1 ~


Angeline:
Eu estava voltando de um show com dois amigos, estávamos levemente alcoolizados e sentamos em um muro para “pegar” um ar para voltarmos pra casa, nós não estávamos muito bem, eu ria de qualquer coisa e meu erro fatal foi rir de um punk que estava passando com uma moça. Ele se invocou arrumou confusão com a gente e pra nosso azar uma viatura estava passando e fomos todos presos e como eu e meus amigos somos menores de idade fomos liberados e obrigados a cumprir pena escolar.
E é por isso aqui que Jonathan e Matthew e eu estamos aqui na sala do diretor no dia seguinte aos fatos para pegar nossas punições.
— Bom... – O diretor estava com uma cara de tédio e decepção — Vocês vão receber um castigo conforme a personalidade de cada um, então pro Matthew foi decidido q ele vai ajudar a professora de matemática do primário. – O diretor estendeu uma papelada pra ele — Para Jonathan foi selecionado dar aulas de violino para o clube de musica para crianças do interior – ele estendeu mais papeis e Jonathan pegou — E para você Angeline, foi decidido que você vai ajudar uma professora da Academia de Artes Marie Rosete, já que um dia você foi aluna dessa instituição – ele me estendeu a papelada pra assinar.
— Ãh... Diretor sei que não estou muito apta pra qualquer pedido, mas eu não poderia pedir uma outra punição como ser desentupidora de banheiros escolares? – O diretor me olhou incrédulo e os garotos seguraram o riso.
— Não Angeline é isso mesmo e acabou. Estão dispensados.
Saímos da sala e nos afastamos então comecei a reclamar.
— Punk maldito! Ele tinha que invocar com meu riso, eu estava bêbada eu não tive a intenção de ofender!
— Ange não tem motivo pra isso, nossas punições são relacionadas com coisas que gostamos. – Matt disse na tentativa de me acalmar, mas Nath que me conhece desde criança explicou a situação.
— Matt as piores lembranças de infância da Ange foram feitas nesse lugar, a única coisa boa foi q lá ela me conheceu, mas afirmo que era um lugar terrível para garotinhas q queriam aprender musica e não ser bailarina. – os olhos dele ficaram distantes
— Ta explicado, você não comenta a parte obscura da sua vida...  – Matt disse me olhando.
— Não gosto de lembrar disso – disse enquanto saímos da escola e seguimos para a área residencial — Bom acho que vou ter que enfrentar meus traumas de infância hoje a tarde.
Continuamos o caminho calados até a minha casa, nós nos despedimos e eu fui tomar um banho para me arrumar e seguir pra tortura.
Depois de pronta conferi meu visual.
Cabelo azul mal cortado?
Ok.
Camiseta da minha banda favorita?
Ok
Uma camisa fina por cima pra não passar frio?
Ok.
Calça preta mais desbotada e rasgada do armário?
Ok.
Não vou passar maquiagem porque estou cansada, vou aproveitar esse tempo e escrever um bilhete explicando pra minha mãe o que aconteceu de ontem para hoje e preparar a janta dela, não escondo nada dela ela sabe que nós três somos apenas nerds bobões com fama de desordeiros e que isso foi um equivoco e nada grave – seria grave se a gente tivesse apanhado – e tenho certeza q ela vai se sentir triste pelo meu castigo e vai esconder isso do meu pai. Terminando de fazer o que estava fazendo eu peguei minha mochila e segui para Academia Artes.
Acho que Hoje é o pior dia da minha vida de merda!
š{
Angeline caminhava desolada pelo centro da cidade até que avistou o grande prédio da Academia de Artes Marie Rosete, o que casou agitação no estomago dela, ela não tinha mais que temer este lugar, pensou, mas ainda sim uma inquietação a deixava com o pé atrás. Quando ela passou pelas portas do lugar o ar fugiu de seus pulmões e ela quis dar meia volta, porém retirou a recomendação da mochila e foi conversar com a recepcionista, após uns 10 minutos a garota encaminhou Ange para o andar superior do edifício para falar com a diretora coordenadora. Ange subiu com calma com as palmas da mão suando e saindo do elevador pode ouvir uma discussão acalorada vinda da sala da mulher que logo enfrentaria, três vozes se erguiam alteradas, duas femininas e uma masculina, uma das vozes já envelhecida lhe causou um tremor e ela temeu que seus medos se confirmassem, minutos depois um jovem de capuz saiu da sala às pressas tão rápido que ela nem pode ver seu rosto, depois uma mulher saiu atrás dele chamando-o com a voz sofrida “filho me perdoe...” e depois seu pior pesadelo saiu da sala numa forma mais envelhecida.
Rose Hallowey.
Sua ex professora de balé.
A mulher encarou com um sorriso frio de desdém.
— Vejam só quem voltou – a voz de Rose saia venenosa como sempre — Sempre soube que seria uma delinquente, entre.
Ange entrou na sala sem se pronunciar e entregou a carta a Rose Hallowey. — Bom Angeline Reene você está de volta e dessa vez vou colocar um pouco de disciplina em você. Olha que estado deplorável que você se encontra com esses piercings no rosto e esse cabelo desgrenhado e azul. Você já foi uma boa criança... Mas sempre soube que esse seria o futuro de quem não da valor ao dom que tem e o deturpa. Pegue esta pasta e se apresente na sala 13 e não ouse abri-la. Não quero ouvir reclamações ao seu respeito estamos entendidas? – Ange moveu a cabeça em concordância — Dispensada.
Ange saiu da sala quase correndo, que mulher odiosa ela era, desde nova era assim e agora estava bem pior, ela estava curiosa sobre a pasta que carregava, mas não ousou a sequer olhar para ela depois do jeito que Rose falou, Angeline não tinha muitos medos na vida, mas aquela mulher conseguiu traumatizar tanto a sua infância que ao olhar nos olhos dela o pavor e o medo voltavam a ela com facilidade. Ao chegar à sala 13 bateu na porta e para sua surpresa  quem abriu foi a mulher que estava discutindo com Hallowey, ela era da mesma altura que Ange, no máximo 1,65, cabelos negros ondulados e olhos azuis profundos que contrastavam com a pele pálida.
— É... Bem a Hallowey – ela não conseguiu evitar o desprezo ao dizer o nome — Me pediu pra entregar isso – ela estendeu a pasta.
— Oh – a mulher abriu um sorriso enquanto lia o documento — Você vai ser minha assistente, bem vinda Angeline, sou Morgan espero ter uma boa convivência com você! Entre.
Ange entrou na sala e viu jovens não tão mais novas que ela por volta dos 14 e 15 anos olhando para um jovem encapuzado no canto da sala.
— Você tem a idade do meu filho... – Morgan comentou.
— Desculpe? – Ange a olhou confusa.
— Você tem a idade do meu filho, ela apontou para o garoto, 17 e está no mesmo colégio. – Morgan sorria.
— Mãe! – a voz do garoto a cortou e ela lhe lançou um olhar pedindo desculpa.
Ange penssou que estava ficando louca, mas mesmo piscando os olhos ela viu que não estava, o garoto tinha os cabelos tingidos de branco com um corte moderno de sidecut, mas o que a espantou foi que ele usava uma mascara branca e prateada que escondia-lhe o rosto tornando-o incapaz de ser reconhecido nas ruas, e ele usava uma lente verde bem incomum.
— Aaahhh... Okay, - Morgan falou mudando de assunto enquanto Ange o garoto se encaravam — Então você brigou na rua e está aqui para cumprir punição?
— Sim, foi uma bobagem. – Angeline sustentava o olhar dele orgulhosamente.
— Vai ficar bastante tempo com a gente...
— Infelizmente...
— Nesta pasta consta que você estudava aqui e era uma das bailarinas principais aos 12 anos. Incrível!
— O quê?
Angeline tirou a pasta da mão de Morgan de forma brusca fazendo o garoto avançar de forma protetora em direção à mãe tirando-a de perto de Ange que soltava um palavrão enquanto lia a pasta que aparentemente era sua fixa da Academia de Artes Marie Rosete.
— Eu achei que tinha queimado isso! – exclamou pasma
— Como? – para a surpresa dela quem perguntou foi o rapaz.
— Será que a gente pode conversar em outro lugar dona Morgan?  - Ange pediu massageando as têmporas — Acho que assustei e escandalizei suas mocinhas de mais por um dia – ela apontou pra cara das bailarinas de olhos arregalados.