sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Redhead Killer † 3


Fabrizio estava em sua casa descansando de mais um dia de fotografias para a sua próxima exposição deitando em seu sofá comendo pipoca vendo uma comédia ruim que passava na TV, quando seu telefone celular tocou, ele preguiçosamente pegou o aparelho em cima da mesa e viu um nome piscando no identificador de chamada: *LUNA*
Fabrizio esboçou um sorriso e atendeu — Ciao bambina, come stai?*¹
A voz calma da moça soou pelo fone “_Io sto bene e tu?*²”
— Sto bene, mas o que te faz ligar per me?*³ - ele pergunta levemente desconfiado.
Ele ouviu a respiração da moça pesar “— Por que você é sempre desconfiado assim? Eu só preciso de uma entrevista sua...” a voz da moça sumiu enquanto esperava a resposta do ruivo.
Fabrizio conheceu Luna ha algum tempo em um curso que fez sobre arte moderna, a menina fazia jornalismo e agora trabalhava para uma revista famosa. Ele gostava de Luna, ela era uma menina agradável, depois de pensar bem no pedido da garota ele soltou um suspiro.
—Você quer me encontrar aonde bambina? – ele pode ouvir um chiado de alivio da parte de Luna.
“—Onde estiver bom para você, afinal sou eu quem está interrompendo a sua rotina de trabalho.”
— Tudo bem, venha aqui em casa e lhe dou sua entrevista.
“— Obrigado Fabrizio, nem sei como te agradecer!”
Fabrizio por sua vez soltou um riso abafado. — Não precisa agradecer... Não ainda.
“— Bom, então me mande um e-mail com data e hora que eu te encontro. Até mais Fabrizio.”
Fabrizio pode ouvir o som do telefone sendo desligado então desligou o próprio aparelho com um leve sorriso no rosto, ele gostava de Luna, sentia-se a vontade ao lado da garota, mas agora não era hora de pensar em nada disso, em poucos minutos ele teria que ir a uma consulta no psicólogo.
Fabrizio tinha plena consciência de sua patologia, e sabia que precisava se tratar,mas ainda sim não tocava nos assuntos mais profundos com sua psicóloga, ela apenas tratava-o pelos problemas que ele não ocultava, como sua fobia de lugares apertados e cheios, sua leve depressão.
Ele nunca comentaria com ela seus praticas e hábitos de serial killer, afinal o que ele fazia é crime e ele tinha plena consciência disso, mas é assim o comportamento de alguns psicopatas, tem plena consciência que estão fora do padrão da neurose social, porém é algo muito mais forte que leva Fabrizio a fazer o que faz. Ele se deixou levar pelos pensamentos conturbados sobre sua personalidade que nem havia se dado conta que já estava estacionando o carro, ele tinha entrado no modo automático de todas as consultas que ele fazia.
Assim que chegou à recepção indicaram que ele entrasse no escritório, hoje ele não teria que esperar, entrou no escritório da doutora Agatha e foi recebido com um breve sorriso da parte da doutora.
— Boa tarde – Agatha cumprimentou Fabrizio.
— Boa tarde doutora. – Ele retribuiu o sorriso
Agatha indicou o divã enquanto arrumava seu aparelho gravador — Bom Fabrizio, o que você tem a me revelar hoje?
— Tive uma crise de depressão semana passada, mas fiquei melhor alguns dias depois e optei por não tomar meu remédio antidepressivo. – ele olhou para Agatha que estava tomando nota e fez algumas observações em seu caderno sobre as coisas que ele lhe contava — Estou cansado de tomar esses remédios controlados.
A doutora levantou o olhar para encarar Fabrizio — Porque você não quer tomar seus remédios Fabrizio? – ela perguntou com voz extremamente calma.
— Eles me prejudicam, me deixam sonolento, não gosto da sensação, parece que eles tiram minha energia para trabalhar, preciso trabalhar. – ele encarava a doutora nos olhos.
— É um bom argumento, mas se por um acaso tenha essas sensações novamente me comunique, pois preciso saber se sua medicação está lhe afetando de forma negativa.
— Sim doutora, vou prestar atenção se isso ocorre toda vez que eu o tomo.
Passaram-se mais alguns minutos e Agatha liberou Fabrizio da consulta, enquanto voltava para o carro viu um e-mail de Luna:

“Tenho que ir a sua a que horas? O senhor não me falou o horário e nem me mandou um e-mail de confirmação”

Ele riu e repondeu:

“Estarei em casa em 15min você pode ir a qualquer horário após esses 15 minutos...
Obs: Traga-me um chocolate” 


Ele entrou no carro dirigiu para a sua casa, lá aguardou Luna que apareceu 10 minutos após ter chegado.
— Seu chocolate – Ela disse sorrindo enquanto Fabrizio abria a porta.
Ele riu e pegou a barra vendo que era seu favorito, metade branco e metade meio amargo — Vejo que não se esqueceu do meu favorito... – disse ele dando espaço para que ela pudesse entrar na casa;.
— Como eu ia esquecer sendo que você me pedia um desse todos os dias? – Disse sorrindo para Fabrizio que a olhava fixamente.
— Você está diferente bambina – ele falou para garota.
— Igualmente. – ela sorriu — Vamos ao trabalho? Depois nós conversamos direito...
— Sempre muito responsável... – ele reclamou — Okay não tenho outra opção... – ele indicou o sofá para ela...

Depois de uma hora conversando sobre os seus trabalhos futuros e coisas um pouco pessoais eles decidiram que estaria bom para compor uma matéria para a Ciclo da Lua.
— Pois bem Luna, como anda sua família? – ele perguntou fazendo-a esquecer do trabalho.
— Eles estão todos bem e como, você está? –ela o fitou com tristeza
— Na medida do possível eu estou bem... – ele a encarou — Não precisa me olhar com essa cara só porque meus pais já se foram.
— Não gosto de te imaginar sozinho nessa casa. – ela pareceu preocupada.
— Fique calma, eu estou bem e às vezes alguns amigos aparecem pra fazer companhia e outros desnaturados vem a trabalho sabe? – Ele levantou a sobrancelha para ela.
— Desculpa! - ela fez cara de triste — Posso te levar pra jantar como pedido de desculpa?
— Claro! – ele riu se levantando eu dirijo ou você?
— Óbvio que eu né!? – ela riu pegando a chave de Fabrizio.

Eles jantaram como nos velhos tempos de faculdade, depois ela a deixou em casa.
— Não se esqueça de mim bambina, visitar os amigos faz bem...
— Pode deixar, não esquecerei! – Ela deu um sorriso deslumbrante e abraçou Fabrizio — Até mais.
— Até bambina.
Ele saiu da casa dela sem vontade de voltar para a dele, então decidiu ir até um parque correr, ele gostava de fazer isso durante a noite. Depois de dar algumas voltas ele parou pois não estava com uma roupa apropriada para isso e por uma fração de segundos ele viu uma bela moça... Uma garota loira com mechas coloridas nos cabelos e olhos claros. Então ele sentiu o corpo estremecer e soube.
Aquela garota seria dele.



N/A:
*¹ Olá querida, como você está?
*² Eu estou bem e você
*³ Para mim