domingo, 12 de agosto de 2012

Danger Line #26


Ela me olhou com um sorriso lindamente macabro e me analisou de cima a baixo.
— Você cresceu... - Ela soltou. - Mas continua delicioso... E agora em todos os sentidos. — Ela lambeu os lábios me olhando nos olhos.
— Você fala? – Perguntei descendo as escadas em direção a ela com Calardan em meu encalço sem dizer nada. — Se bem que me disse três palavras anos atrás.
— Claro que falo! Não falei muito há alguns anos atrás porque você era uma criança e eu não converso com a comida – Ele me disse com um sorriso.
— Comida? – Perguntei parando em frente a ela. — Então porque está falando comigo agora? – Fiz cara e tédio.
— Duvido que vá conseguir saborear sua alma com a facilidade que eu teria há alguns anos atrás. – Ela me fitava com superioridade. — Se sua mãe não tivesse me interrompido naquela época sua alma teria sido minha com uma facilidade que chega a ser estúpida.
Fiquei encarando-a com cara de nojo.
Como ela ousa falar assim comigo? Quem essa vadia pensa que é? Calardan percebeu minha raiva momentânea e ficou me encarando, mas me recompus e firmei o olhar nela.
— E o que te faz pensar que vai conseguir minha alma desta vez? – Perguntei tentando manter minha voz tranquila.
— Porque você é meu! – Os olhos dela acenderam como chamas e ficaram me fitando, uma súbita vontade de ir para perto dela tomou conta de mim, mas me mantive firme o bastante para apenas sustentar seu olhar. Ela riu — Então você quer resistir a mim? É uma pena saber que sua vontade mudou desde aquela época.
Estava começando a ficar totalmente sem paciência então ignorei-a e me direcionei ao púlpito que se encontrava em frente a mesa onde ela se encontrava sentada observando cada passo que eu dava, encontrei o livro que iria precisar todo empoeirado, peguei o livro e na mesa hora um frio percorreu a minha espinha, mas não demonstrei nenhum tipo de reação, caminhei até Calardan e entreguei o livro para ele.
— Vá. – Ele me encarou surpreso e meio relutante — Monsieur Calardan vá... Se eu não voltar e porque não era digno de permanecer "vivo" – dei um leve sorriso ao dizer essa palavra — Peço que cuide de minha sœur e ma petit.
Ele me olhou assentiu e rapidamente me deixou a sós com o meu passado, agora o assunto é entre nós dois. Eu ouvia minha respiração baixa, agucei todos meus sentidos de vampiro pois eu não poderia usar alquimia com ela porque será tudo muito rápido, será a primeira vez que vou usar todos meus poderes dessa vida-pós-morte, nunca realmente foi necessário eu fazer isso mas agora a situação mudou e estou correndo um sério risco pois a cada sorriso dela minha vontade era largar tudo e me entregar a ela mas tenho minha irmã e minha pequena para proteger.
Ela abriu as longas asas negras e flutuou para cima da mesa assumindo uma posição ameaçadora meio abaixada pronta pra me atacar, em resposta tirei meu casaco e o pousei em cima do púlpito e me direcionei a ela assumindo um postura fácil de alternar entre defesa e ataque. Ela alçou voo vindo em minha direção como um foguete, em outras épocas eu não teria visto movimento sequer dela, mas hoje eu podia ver cada movimento que ela fazia em pleno ar. Ela se aproximava cada vez mais, mas quando ela veio se chocar contra mim eu me esquivei e dei um tranco empurrando-a para o chão, ela por sua vez não caiu como planejei simplesmente fez um desvio e apoiou a mão no chão pegando um impulso e direcionando um chute no meu peito, que só não me acertou por milímetros me fazendo dar um mortal para trás, e em poucos segundos ela estava me atacando novamente. Bloqueei alguns chutes que ela desferiu contra mim, consegui atingir seu estomago com um soco, e ela revidou me deixando com um olho roxo e antes que ela se afastasse eu finquei minhas garras em suas pernas fazendo um corte profundo mas em quanto fazia isso ela consegui puxar a perna deu um salto rasgando minhas costas com a as unhas me deixando com dois rasgos verticais marcando minha pele fazendo-me sangrar um pouco – até porque feridas feitas por demônios demoram a cicatrizar mesmo para mim – mas não deixei barato virei com velocidade a tempo de afundar minhas duas garras na base das costas puxando-a pra mim, perfurando alguns órgãos no processo quando ela tentou me acertar com as garras em desespero eu a segurei imobilizando-a e mordendo seu pescoço sugando seu sangue e deixando meu veneno para atordoa-la.
— Por que você está brincando comigo? – perguntei num tom neutro — Se você quisesse já tinha me machucado há algum tempo... – Apenas fiquei observando-a enquanto a mantinha presa.
— Porque as coisas mudaram meu pequeno Paul, as coisas mudaram... – Ela me disse com um sorriso sínico em seus lábios.
— O que você quer dizer com isso? – Perguntei tentando parecer desinteressado, porém tentando extrair algo dela.
— Você q eu vou dizer alguma coisa? – ela gargalhou — Apenas vim te deixar um recado... Nada do que você planeja vai dar certo! Todos vocês pereceram! Principalmente aquela vadiazinha que você quer comer...
Quando ela disse isso eu perdi toda a calma que estava tentando ter. Comecei a virar o braço dela até começar a sentir os ossos dela quebrarem na minha mão. Ela soltou um grito de pura agonia o que me fez muito bem, ela tentou se soltar e quando estava conseguindo se soltar eu a joguei contra a parede, ela sentiu o impacto, mas mesmo assim se ergueu e tentou contra atacar. Peguei impulso e saltei quando ela se aproximou me impulsionei acertando meus dois pés em seu peito.
Ela começou a tentar fugir nesse momento, mas eu fui em seu encalço e consegui pegar o braço que eu havia quebrado com um tranco eu puxei o braço dela, porém ela consegui escapar... E eu acabei ficando com um presente.
Um braço arrancado.
Comecei a caminhar de volta para minha casa eu estava muito cansado e sabia que ingerir sangue de demônio teria seu custo. Minha visão foi ficando embasada, agachei para me recuperar e com a mão que não segurava o braço da "demonia" apertei meus olhos, senti-me tonto sabia que a qualquer momento cairia.
Me forcei a correr mais um pouco e cheguei na minha casa, mas quando abri a porta da sai não resisti, cai de joelhos, mas não senti o impacto do chão. Senti braços me envolvendo e me acolhendo.
Soube na hora quem era.
Me senti ligeiramente feliz...
Lana estava me abraçando.
Paul's pov off.



Lana's pov on:
Não acreditei nos meus olhos.
Estava na sala com Josette quando Paul abriu a porta da sala, totalmente machucado fazendo que eu Jo trocássemos olhares assustados e em segundos ele desabou ficando de joelhos.
Eu corri em seu auxilio e por um pouco não deixei cair completamente no chão amparando seu corpo ensanguentado.