sábado, 14 de janeiro de 2012

Danger Line #5


Lana's pov:
Acordei hoje com uma sensação muito estranha...
Sei que tem alguma coisa errada acontecendo mais não sei o que pode ser
Abri minhas malas e peguei algumas roupas pra vestir e vi que minhas roupas não são iguais a de Josette, como eu vinha usando ultimamente eram roupas que mulheres não usam... Apesar de ter gostado muito delas, tenho que achar um vestido para mim.
Me vesti e desci e acabei por encontrar com Paul na cozinha, onde eu havia ido para tomar café...
— Bonjour mademoiselle...
— Bonjour monsieur Paul, onde estão todos?
— Josette levou seus pais e seus irmãos à cidade.
— Eles voltam logo?
— Josette mandou uma mensagem dizendo que eles não voltariam hoje, pois está uma tempestade muito forte e seria perigoso arriscar andar na carruagem.
Assenti com a cabeça.
— Estamos sós... Mas não se preocupe chérie, não vou fazer nada que você não queira...
— Monsieur Paul... – Olhei pra ele incrédula.
— Não me venha com essa história de "monsieur Paul, estou ofendida" que você não está... Não é mais uma criança... E sabe o que é bom. – Ele disse plenamente calmo.
— Você se acha muito bom né? Pois saiba que não é! – Respondi começando a ficar nervosa.
— Se eu fosse você não diria isso com tanta certeza! – Ele disse em um tom de aviso.
- Por que não? – Não foi a coisa certa a se dizer.
Ele avançou na minha direção me empurrando contra parede.
— E se eu fosse você não me provocava também! – Sussurrou ele no meu ouvido. — Não é saudável provocar alguém que você não conhece bem, e nem inteligente também. – Ele me disse levemente acusatório.
Ele se afastou sorrindo para mim.
Melhor eu ficar longe dele.
Sai de lá nervosa escutando os risos debochados dele, nem pude tomar café da manhã como havia planejado...
Fui para a janela e sentei em uma poltrona próxima, para ficar observando a chuva.
A tempestade estava feia lá fora... Parecia o dia em que chegamos aqui, mas essa lembrança para mim era meio vaga depois de tanto tempo...
Clarões começaram a iluminar o cômodo e eu me assustei, melhor eu ir para o meu quarto...
Observando melhor dava para ver sombras lá fora... Formas amorfas que me fizeram apertar os olhos para ver melhor e um raio caiu ali perto, automaticamente eu dei um paço para traz me desequilibrando quando senti a única pessoa presente na casa me segurar.
— Sempre arrumando um jeito de ficar perto de mim não é mademoiselle Lana? – Paul falou convencido.
— Saia de perto de mim – Disse enquanto me afastava dele — Não quero você perto de mim! – Sei que soei meio maníaca, mas não me importo, estou absurdamente nervosa com ele.
— Você não vai ficar de charme agora, vai? – Perguntou sendo extremamente grosso.
— Não estou de charme, você me ofendeu. – Dei um passo para trás
Um clarão iluminou o rosto dele e seus olhos estavam vermelhos, e ele sorriu maliciosamente. Eu não esperei ele se aproximar de mim, sai andando rápido enquanto vários clarões iluminavam o corredor... Quanto estava correndo senti uma pontada nas costas e do nada comecei a ficar tonta continuei andando pelos corredores da casa, mas comecei a ficar assustada, porque sombras começaram aparecer nas paredes da casa, senti uma mão segurando o meu braço e virei para ver o que era... Para meu susto não tinha ninguém, mas meu braço está com uma mancha vermelha onde eu senti a mão segurando. Um arrepio subiu pela minha coluna e eu quis desesperadamente estar no meu quarto debaixo das cobertas sem contato com o mundo externo, pois ele está me assustando...
Fui pelos corredores procurando a porta do meu quarto, mais eu não conseguia identificar as portas da dos quartos... Para falar a verdade eu não reconhecia mais nada daquela casa.
Isso me assustava.
Entrei em um cômodo que eu nunca tinha entrado.
Parecia que eu estava bêbada, as coisas estavam de tamanhos diferentes e pareciam ameaçadores as estantes cheias de livros, e algumas poltronas, em um canto havia uma porta. Olhei fixamente para a porta novamente e ela estava entreaberta.
Barulhos atrás de mim me fizeram chegar próxima aquela porta, meu coração estava extremamente acelerado, eu sentia minhas mãos suando de nervosismo e aquele vestido enorme só cooperava para meu nervosismo, desejei ter uma daquelas roupas que vi em minhas malas hoje mais cedo.
Uma batida forte na porta.
Alguém começou a abri-la.
Era Paul... Só podia ser ele... Estávamos sozinhos em casa afinal... Não era!?
Mas o que entrou pela porta não era Paul...
Era uma criatura enorme, diferente de tudo que eu já tinha visto. Era um lobo mais estava sobre duas patas e seu dorso parecia de um homem alto.
Antes que ele pudesse me ver entrei naquela porta que estava entreaberta e a fechei.
Me deparei com uma escada enorme em caracol.
Comecei a descer apressadamente pois ouvi passos logo atrás de mim.
Desci o mais rápido possível.
E quando cheguei na base da escada vi um corredor com varias portas cromadas, ouvi barulho da porta se abrindo.
Corri.
Corri o mais rápido que eu conseguia, cheguei a uma sala parecida com um laboratório de pesquisa.
Tive uma sensação que já estive ali em uma outra ocasião que eu não me recordava.
As paredes estavam manchadas de sangue e eu podia ver pedaços de corpos espalhados pelo chão... Alguns estavam em vidros, me senti completamente enjoada, senti que iria vomitar a qualquer momento. Tomada pelo nojo resolvi sair de perto daquele lugar, saindo pela porta em que havia entrado, senti que alguém me observava, e tive vontade de sair correndo dali, mas me forcei a manter a calma.
Conforme ia andando pelo corredor as paredes manchavam de sangue, olhei para o chão e vi que uma camada fina de sangue lavava o chão por onde eu passava.
Fiquei desesperada.
Comecei a gritar desesperadamente e correr mesmo não tendo noção de onde estava. Todos os poros do meu corpo diziam para sair o mais depressa possível daquele lugar, mas eu estava perdida e não fazia a mínima ideia de como sair dali.
Então senti algo perfurando a minha coluna.
Senti meu corpo pender para traz.
Então apaguei...

No dia seguinte acordei com dor em todo meu corpo minha visão estava meio embaçada. Ergui o braço para coçar meus olhos e vi que estava acorrentada em cima de uma plataforma de mármore sentei e pude ver que minhas pernas e meus braços estavam presos por correntes. E eu estava sobre uma espécie de altar no meio de uma sala obscura onde haviam tochas e desenhos em todas as paredes, não eram bem desenhos, eram mais símbolos que eu não sabia dizer ao certo o que era.
Uma meia hora se passou desde que acordei. Estava conformada que ia morrer ali, então entraram cinco pessoas usando mantos negros com capuz encobrindo seus rostos, eles caminharam lentamente e se postaram ao meu redor em um circulo perfeito a pessoa que estava a minha frente retirou o capuz e pude ver que era Paul.
Ele estava mais pálido que o normal e seus olhos estavam diferentes sua iris normalmente cinzentas e brilhantes estavam vermelhas como sangue e onde deveria ser o famoso "branco do olho" estava totalmente preto com algumas veias ressaltando ao redor dos olhos.
— Chérie precisamos conversar um pouco.