Eu estava no
meu sofá, lendo um livro como sempre... Eu estava esperando meu “consorte”
chegar em casa... Hoje Jeremy está atrasado. Logo hoje que ele prometeu me
levar para fazer as compras de Natal.
Sim, eu
sei...
É estranho,
mas estamos novamente na época do Natal. Continua sendo minha data favorita do
ano, e também a data mais estranha e perigosa do ano para mim. Depois de tudo
que aconteceu no natal passado Jeremy veio morar comigo, e não sei dizer o tipo
de relação que nós temos, mas o importante é que ele me protege e cuida de mim.
Ele deixou o emprego de taxista e abriu uma livraria por mim, então hoje eu não
preciso mais comprar livros. Essa época do ano pior para pessoas que tem lojas,
pois eles têm que ter muito cuidado com o fluxo de movimento, mas Jeremy sempre
da um jeito de chegar cedo em casa. Ele me disse que como não faz muito tempo
que eu estive em Panmidgard “banindo” criaturas do mal com a versão mais nova
dele eu estaria suscetível a ataques mágicos então ele não gosta de me deixar
sozinha...
— Sophie? –
ele chegou me chamando.
— Eu? –
respondi calma.
— Cheguei! –
ele encostou no umbral da porta e sorriu pra mim, ele não precisa saber, mas
toda vez que ele da esse sorriso enviesado meu coração vai dar umas voltas e me
abandona aqui.
— Que bom!
Sinto-me mais segura agora... Você quer alguma coisa pra comer?
— Tem muffin
de chocolate com avelã e nozes?
— Nossa você
esta especifico hoje...
— Eu te vi
comprando chocolate avelãs e nozes.
— Você não
deixa escapar nada também... – ele tirou o casaco e veio sentar comigo, ele
levantou minhas pernas para sentar e depois as estirou em cima das suas.
— Não quando
você faz doces!
— Bom, então vamos comer os muffins e depois vamos às compras de natal,
você me prometeu. – eu levantei
seguindo para a
cozinha
— Tudo bem... Eu te levo, mas você sabe o que
eu acho - ele me
seguiu para cozinha – Não acho bom você sair assim, foi tudo muito recente e eu
quase te perdi...
Eu me virei de frente pra ele de repente e o
abracei. — Mas eu
estou aqui e estou bem, e temos que fazer compras!
— Tudo bem, já que você insiste tanto nós
vamos, mas saiba que eu não estou com um bom pressentimento.
— Tudo bem! Prometo me comportar bem.
— Meu medo não é você – ele mordeu o muffin — Ta gostoso isso
aqui!
— Não fala de boca cheia – eu dei risada! — Vou me
arrumar.
Sai da cozinha para o meu quarto para me
arrumar, não vou negar que a preocupação do Jeremy me deixou cismada, será que
ainda existe algo que possa nos machucar
ou nos perseguir? Sem perceber eu levei a minha mão ao ombro que foi ferido
naquela noite.
Enquanto eu escolhia a calça que iria usar um
vento forte atravessou o quarto e uma sensação estranha passou por mim e eu
fiquei com medo de olhar em volta. Um frio descomunal começou a invadir meu
quarto e eu fiquei assustada eu estava prestes a me esconder dentro do armário
quando eu ouvi a voz de Jeremy me chamando e batendo na porta
— Não tenha medo. – ouvi uma voz grave muito calma, segura e um
pouco aflita — Abra a porta para seu consorte.
Eu não virei para ver de quem era a voz, apenas fiz o que a voz
pediu, abri a porta e dei de frente com um Jeremy assustado que me abraçou
protetoramente, seus olhos azuis acinzentados estavam mais escuros que o normal,
e ele me virou aos poucos para que eu vesse a quem aquela voz pertencia.
Eu simplesmente não pude acreditar no que eu via, um enorme lobo
prateado com alguns pelos azulados nos encarava com uma cara triste que partiu
meu coração.
— Eu preciso da ajuda de vocês. – ele nos fitava triste — O Claus,
ele sumiu! Tenho certeza que alguém o sequestrou e amanhã é natal, eu sou só o
espírito do inverno eu não posso conduzir o trenó, os elfos estão fazendo a
busca por ele, mas tenho certeza que não vão encontra-lo a tempo... No outro
hemisfério já é quase natal.
— E o que nós podemos fazer? – eu perguntei aflita querendo ajudar
— Jeremy é o único ser humano que já andou no trenó do Claus, e só
um humano pode conduzir esse trenó, os gnomos e duendes ajudantes não tem força
para guiar.
— Então você quer que eu seja “Papai Noel” por um dia? – ele
perguntou com a voz cautelosa
— Sim!
— Você entende o tamanho da responsabilidade que você está me
pedindo pra assumir?
— Nós não temos mais a quem recorrer – o lobo olhava suplicante.
— É perigoso demais me afastar da Sophie essa época. – o lobo me
olhou e eu devolvi o olhar triste.
— Ela pode ir com você, eu vim pedir ajuda a vocês dois, e se você
quiser eu posso permanecer por perto para protegê-la
— Ajuda ele Jeremy. – eu pedi — Não podemos deixar que o natal não
aconteça – minha voz era suplicante.
— Tinha que tocar logo no ponto fraco dela não é? – ele encarava o
lobo.
— Por favor Jeremy.
— Tudo bem! Nós vamos te ajudar – ele disse olhando para o lobo. —
E você... – ele apontou pra mim! — Coloca aquele vestido de inverno que eu te
dei! Vamos lobo! Vamos deixar ela se trocar.
— Meu nome é Firenzie. – O lobo falou calmo
Ele saiu do quarto acompanhado do lobo e eu fui fechar a porta e eu
pude ouvir Firenzie dizer ao Jeremy “E ela é o seu ponto fraco!” depois de uma
respiração profunda ele respondeu “Sim, ela é” e eu quase dei piruetas no meu
quarto, mas eu tinha que me apressar, coloquei o vestido que Jeremy tinha me
dado ele era vermelho com pelúcia preta nas extremidades, e uma bota branca e
meias 1/8 pretas para não ficar com frio nas pernas e fui pra sala onde
encontrei os dois sentados na sala.
— Vamos?
Jeremy me encarava sorrindo — Você está bonita.
— Obrigada – senti minhas bochechas corarem.
— Estão prontos? – Firenzie nos perguntou e nós assentimos então o
lobo soprou um vento gelado e de repente nós sentimos uma sensação que há muito
não sentíamos, aquela sensação do “mini-tornado” e depois disso sabia que já
estava bem longe de casa.
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Quando chegamos a Panmidgard vi que Jeremy não estava mais com o
aspecto de um homem de 28 anos, e sim um cara de 21, seus traços suavizaram e
depois de um ano pude ver aquele menino sério e calmo que me ajudou a voltar
pra casa e optou por ficar ao meu lado.
— Vamos... Nós não temos tempo – o lobo correu para a nossa
direita, e quando viramos nós vimos um grande castelo que me deu até tontura de
olhar para cima, Jeremy segurou minha mãe e nós seguimos por uma ponte para
alcançá-lo.
Enquanto nós andávamos uma fina camada de flocos de neve caiam a
nossa volta, e fumaça saia de nossa boca, mas quando entramos no castelo nós
sentimos um calor aconchegante, uma sensação de lareira e caneca de chocolate
quente.
— Sigam-me vamos para a garagem!
Jeremy me olhou e pronunciou sem voz “Garagem?” eu ri e seguimos
ele, e quando entramos lá nós vimos um grande trenó vermelho e doze pessoas
sentadas, brincando e conversando, quando chegamos mais perto vi que aquelas
pessoas tinham chifres
— Jeremy – sussurrei — as renas são pessoas?
— A ultima vez que eu vi eles tinham quatro patas... – ele
sussurrou de volta
— Nós somos metamorfos, mudamos de formas, mas mantemos algumas das
nossas características de renas... Como uma boa audição. – uma moça dos longos
cabelos castanhos e olhos brilhantes me
disse com um sotaque francês — Muito prazer meu nome é Dancer
— Prazer Dancer, eu sou Sophie. – Eu estendi pra mão para ela.
— Eu sou Jeremy – ele apertou a mão dele.
— Oi bonitão – Disse uma outra rena menina — Sou a Vixen - a rena ousada disse para o Jeremy — Oi
bonitinha – ela me cumprimento também — Espero que vocês não tenham nenhum tipo
de relação.
— Vixen! – um dos cabelos loiros e roupas mais sócias falou — Isso
é falta de educação – percebi um leve assento britânico na sua voz. — Prazer,
meu nome é Prancer.
— Ele tem razão – uma rena que fumava disse — Eu sou o Donder. E
esta na hora de sair pra começar a entrega, mas antes alguns avisos: Durante a
entrega somos atacados por espíritos do caos e criaturas que gostam de nos
furtar, também sofremos por lugares que tem um miasma mais pesado que outros e
quando viramos renas precisamos totalmente de um bom condutor porque nós já
temos que evitar que os espíritos malignos envolvam o trenó, ou seja temos
nossas próprias batalhas. Então vamos.
— Você vai me ajudar a proteger a Sophie não é? – Jeremy perguntou
para Firenzie.
— Eu te dei a minha palavra. – Firenzie respondeu sério.
— Então vamos!
As renas começaram o processo de transformação que ao meu ver
parecia meio doloroso, mas ao final eles eram renas brilhantes e bem cuidadas
indo caba uma para suas baias para alçar voo. Firenzie subiu no trenó e depois Jeremy
me ajudou a subir também, e então tomou as redias e depois aos poucos fomos
alçando voo cruzando noite estrelada.
— Sophie é melhor você se segurar... – Jeremy me advertiu e eu me
posicionei melhor entre ele e o lobo dos pelos prateados. Com um movimento
rápido de mão as renas aceleraram e em poucos minutos nós ganhamos o céu.
Fizemos a entrega primeiro no hemisfério norte e estava tudo
correndo bem – tirando os miasmas e alguns ataques ocasionais que Donder havia
mencionado – até que nós recebemos uma mensagem dos elfos dizendo que tinham
encontrado o Claus e nos passando a localização dele para que fossemos ajuda-lo
já que eles não poderiam entrar no território da “coisa” que estava o prendendo
e pra completar eles disseram que ele
estava correndo risco de vida
— Nós temos tempo Donder? – Jeremy gritou perguntando a rena e ele
soltou um bufar de concordância. — Então vamos atrás do Claus. – mais um
movimento das mão de Jeremy e nossa carona inclinou para esquerda seguindo para
o vale morto
— Jeremy... Claus não é imortal? – eu perguntei me baseando nas
lendas do meu mundo.
— Sim, mas uma “criatura” mágica como ele pode ser erradicada por
outra mais poderosa.
— Ou seja... O Papai Noel pode morrer? – falei com a voz meio
desesperada.
— Sim! – ele disse tenso
Nós fomos nos aproximando da floresta morta, e quanto mais perto
estávamos, mais o miasma nos atingia com força, eu estava me sentido totalmente
enjoada e queria vomitar, Jeremy ao meu lado estava se segurando pra se manter
forte e Firenzie estava com os pelos todos eriçados e seus dentes estavam
trincados ele estava pronto pra atacar a qualquer momento, eu estava ficando
com medo, mas isso piorou quando eu senti que Donder começou a guiar as outras
renas em uma descida sem escalas, era se como alguém tivesse laçado seu pescoço
e puxado para baixo por uma força invisível, nós descíamos numa velocidade
vertiginosa, eras mil vezes pior que uma montanha russa demoníaca, eu senti os
braços de Jeremy me puxando para ficar no seu colo e eu me agarrei ao seu
pescoço sem coragem de olhar para baixo, meu estomago revirava loucamente
quando senti o impacto do trenó batendo no chão que nós impulsionou pelos ares.
Quando caímos eu senti uma dor fina e aguda no meu ombro, parecia que ele
estava queimando, a dor me cegou eu senti uma mão me puxando, e minha dor piorando
então tudo ficou preto...
Jeremy:
Quando caímos eu senti o corpo de Sophie escapar dos meus braços,
isso me desesperou, quando rolei no chão para tentar levantar vi alguém puxando
ela, e ela estava desnorteada e com cara de dor, não consegui ver o rosto de
quem estava levando-a então comecei a cambalear em sua direção mesmo ainda
estando desnorteado.
— Sophieeeee – eu gritei e ela pareceu confusa — Sophieeeeeeee...
Quem estava puxando-a estava todo de preto e tinha um longo cabelo
que me impossibilitou de ver seu rosto, ele puxou ela para o colo e saiu
correndo.
— NÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOO – eu gritava — FIRENZIE A SOPHIE, VÁ AJUDA-LA –
comecei a correr em direção a ela olhei para o lado e vi que o lobo estava
desacordado e quando olhei para direção dela ela havia sumido — NÃÃÃÃÃÃOOOOOOO.
Senti uma mão no meu ombro e vi que Vixen me segurava — Se acalma bonitão,
nervoso assim você não vai conseguir ajudar a sua pequena. Eu consigo sentir o
poder do Claus e levaram ela na mesma direção. Nós vamos conseguir encontra-la,
mas agora nós todos precisamos nos recuperar dessa queda. A sua testa está
sangrando e assim você não vai conseguir seguir em frente e salvar a Sophie.
— Ela tem razão – era a voz de Prancer concordando com ela — Olha
que eu não costumo dizer que a Vixen tem razão.
Olhei em volta e vi que todos ali estavam machucados, Vixen tinha
um olho roxo e o canto da boca cortado, Prancer estava com a roupa rasgada e vários
cortes pelos braços e eu olha os outros estavam com todos os tipos variados de
ferimentos.
— Vocês tem razão – segui na direção de Firenzie — Vamos nos
preparar antes de ir atrás deles. – peguei o lobo no colo e junto as renas
pegamos o trenó e procuramos um lugar seguro para cuidar dos nossos ferimentos
e nos preparar.
Sophie:
Ouvi a voz de Jeremy me chamando ao longe e me debati, mas senti
meu corpo sendo imobilizado e sendo erguido e carregado.
— Quem é você? – perguntei com a voz carregada de dor, mas não
obtive resposta então comecei a chorar baixinho, a pessoa que me carregava
exalava medo, parece que a sua presença me causava mais dor e náuseas, mas eu
já podia enxergar o seu rosto. Era um homem de feições bonitas e frias, mas
olhar para ele era como estar enfiando uma faca na própria mão, seus olhos eram
vermelho como um mar de sangue que só trazia o caos, eu queria sair de perto
dele, mas estava sem força para lutar, estava me sentindo como se meu corpo
estivesse sem vida.
Eu não vi quando e como, mas nós tínhamos chegado a quarto e eu fui
lançada em cima de uma cama,
— Você está me causando problemas a algum tempo garotinha – ele me
disse, a voz dele era como receber uma chuva de cacos de vidro — Faz um ano que
essa sua aura de esperança está atrapalhando meus planos de ter a alma de
Panmidgard nas minhas mãos.
— O que você quer de mim? – perguntei
— Sua morte, vou sugar toda a sua vitalidade aos poucos – ele sorria
pra mim e meu ombro doía — Essa sua dor no ombro, foi obra minha – ele chegou
mais próximo a mim e pousou a mão sobre o ombro que recebeu a flecha envenenada
e a dor que eu senti foi descomunal, eu me contorcia em cima da cama e gritava
de dor enquanto lagrimas de dor saiam do meu rosto — Você não faz ideia como eu
me sinto bem com a sua dor.
— Você é um monstro – gemi baixinho de dor. E ele me levantou por
um pulso deixando meu rosto na altura do dele.
— Eu sei. – ele sussurrou com os lábios na minha bochecha.
Jeremy:
Como nós estamos?
Desesperados.
As renas estão agitadas por sentirem a presença do Claus e eu to
desesperado por Sophie, Fierenzie já está bem e agora está farejando o rastro
de Sophie, assim que ele voltar nós vamos partir
— Rudolph? Você está bem? – Dancer perguntou para uma rena dos
cabelos pretos.
— Estamos ficando sem tempo. – ele respondeu.
— Ele tem razão. Temos menos de meia hora! – Donder reforçou.
— Achei o rastro dela, ela está no mesmo lugar que o Claus –
Firenzie chegou correndo através das arvores.
— Então vamos – eu disse
— Antes tenho que te dar uma coisa. – Prancer disse mexendo no saco
de presentes — Aqui, pegue... Isso pertence a você.
Eu peguei o embrulho das mãos dele e abri, lá continha meu arco e
flecha e uma flecha prateada élfica e um papel com os dizeres “só pronuncie
essas palavras no momento crucial”
— Obrigada Prancer – eu agradeci. — Vamos não temos tempo!
— Eu levo a todos – Firenzie disse criando um tornado de neve para
nos levar ao lugar certo e em segundos chegamos no castelo negro. — Vamos fazer
assim, Prancer vocês pagam o Claus – ele apontou com o focinho para as renas. —
Mas o Donder vem com a gente para ajudar a tirar a Sophie rápido daqui, a
energia vital dela esta sendo sugada.
Todos nós concordamos e saímos correndo, as renas desceram em
direção ao calabouço e Firenzie, Donder e eu subimos para os quartos, seguimos
para o quarto com o maior teor de miasma e quando o abrimos encontramos Sophie
no colo de um cara que estava com os lábios em seu pescoço enquanto um filete
de sangue escorria do pescoço dela, os braços dela estavam moles caídos pela
lateral do corpo.
Nessa hora eu enxerguei vermelho eu precisava tirar Sophie dos
braços dele. Corri e puxei ela dos braços daquele ser que foi pego de surpresa,
mas em seguida me olhou com ódio corri e entreguei Sophie para Donder.
— Leve-a daqui Donder
Firenzie pulou por mim e atacou o monstro que quase levara a vida
de Sophie e Donder correu dali com ela nos braços. Escutei o ganido sofrido de
Firenzie e me voltei para ver o que estava acontecendo, o Lobo estava atracado
com o demônio. Que estava prestes a quebrar a mandíbula do lobo quando eu corri
e chutei as costelas dele. Ele se voltou pra mim e eu rolei para trás, ele
lançou dardos negros em mim e eu escapei por pouco, então eu reconheci os
dardos, foram os mesmo que atingiram o ombro de Sophie, minha raiva daquele ser
aumentou. Era a segunda vez que ele
quase tirou a vida dela, eu tirei a única
flecha que estava na minha aljava, e fiz a mira no movimento mais rápido que
pude, enquanto o monstro se impulsionava para me atacar eu lancei a flecha.
— Atarion Siren Azala Seorin Neither Aurium – eu disse as palavras
que estava no bilhete e quanto a flecha atingiu-o no peito a flecha explodiu em
luz me cegando por um momento e quando a luz se foi eu não vi mais ninguém no
quarto, só eu e o lobo ferido ficamos ali. Após um segundo eu corri em direção a porta.
Sophie tinha que estar viva.
— Sophie... – Donder me passou ela que estava com a respiração — Ai
meu deus o que eu faço?
— Eu posso ajudar! – Claus vinha caminhando com Vixen lhe dando
apoio. — Vocês tem que voltar pra casa, lá os venenos são amenizadas e Sanmvia
tinha me predito o que aconteceria e me deu este vidrinho para podermos medicar
a menina, vamos não temos tempo!
E como um déjà vu eu me encontrei desesperado num trenó ao lado de
Claus me dirigindo para casa de Sophie com ela em meus braços a beira da morte,
mas dessa vez ela não estava delirando, ela estava quase morrendo. Quando chegamos
em casa todos entraram, as renas em forma humana, Claus e Firenzie, sentei com
ela em meus braços e Dancer me ajudou a medica-la, seu batimentos estavam muito
fracos e eu comecei a chorar, eu não queria perde-la, depois daquele beijo que
eu dei nela eu me restringi por aqui ser mais velho que ela, não sei como ela
se sente em relação a mim então eu não demonstrava todo o carinho que eu queria
dar a ela.
O coração dela parou.
E o meu também, eu não estava preparado para perde-la, eu não
conseguia nem falar, só chorar. Donder me encarava percebendo o que aconteceu e
Prancer veio até a mim, seus olhos estavam distantes.
— Ela não morreu! Confie em mim.
— Confie nele, Prancer tem sensibilidade maior que a dos outros em
relação aos seres vivos. – Vixen me disse...
— Ela não morreu. – Prancer se aproximou e encostou as mãos nos
meus olhos e apertou e soltou e eu pude ver uma versão espectral de Sophie a
coisa mais linda que já vi, ela estava flutuando sobre o corpo dela, mas ela
ainda estava presa ao seu corpo por um fio que aos que aos poucos ia ficando
mais forte e o seu espectro ia voltando para seu corpo, eu chorei mais ainda
era o melhor presente de natal que eu estava ganhando.
— Muito obrigada – a todos vocês.
— E eu acho que ta na hora da gente ir embora entregar o resto dos
presentes, graças a deus que o fuso horário dos mundos são completamente diferentes.
E por favor né, vamos deixar o casal a sós. – Vixen ria — Vamos, vamos, vamos –
ela ia enxotando todo mundo q quando saiu colocou a cabeça pra dentro de novo —
Caso desista dela bonitão, sabe onde me encontrar.
— Viiiiixeeeeen – ouvi a Prancer e Donder gritando-a e com um
impulso ela foi arrancada da porta rindo.
Sozinhos, eu levei a Sophie pra cama e deitei ao lado dela
observando sua alma voltar para seu corpo enquanto lagrimas escorriam do meu
rosto.
Sophie:
Eu estava flutuando – não me pergunte porque eu não sei como isso
aconteceu – só lembro de um cara me bater e me morder, mas agora vejo Jeremy
chorar deitado ao lado do meu corpo.
Pera eu morri?
Eu nem consegui falar para o Jeremy que o amava?
Senti meus olhos cheios de lagrimas, mas um peso me puxou pra
baixo. Agora está tudo escuro e eu só sinto dor.
Abri os olhos ofegando e tossindo e senti dois braços me puxando e
eu gritei me debati, eu não quero morrer nas mãos daquele homem.
— Shiii, Shiiii – Eu ouvi a voz de Jeremy e então encontrei os
olhos azuis dele me fitando cheios de lagrimas, deixei ele me puxar num abraço
e choramos juntos — Eu te amo Sophie, por favor, não me assuste mais desse
jeito. – ele puxou meu rosto e me deu um beijo como ele nunca havia feito.
— Eu também te amo Jeremy – eu segurava o rosto dele nas minhas
mãos — Não espere até o próximo natal para me dizer isso novamente.
— Você não vai passar mais nenhum dia sem ouvir isso. – ele voltou
a me beijar.
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Jeremy passou esse natal com a minha família e comigo, então pude
apresentar ele como meu namorado e como no outro natal ele me deu um livro, o
titulo era maravilhoso, e graças a deus não me levou a lugar nenhum, mas eu
tenho uma leve impressão que isso ainda não acabou...
Bom mais isso seria outra história, por hora eu apenas vou ficar
aqui no sofá de casa abraçando a “loirisse” de Jeremy enquanto fazemos sessão O
Senhor dos Anéis.
Até uma próxima.