Ver Paul naquele estado me deixou desesperada eu olhava pra Josette pra saber o que fazer, pois eu mal conseguia me mexer direito. Ela veio e pegou ele no colo – por um momento estranhei mais lembrei da força vampiresca dela – e correu para o quarto dele comigo em seu encalço, ela o colocou sobre a cama e ele estava semiconsciente.
— Frère ce qui s’est passe? – ela perguntou preocupada — M’entendez-vous? S’il vous plaît de me parler!¹*
— Josette calmer, jê vais bien – ele respondeu em um sussurro calmo porém muito fraco. — Je ne vais pas mourir maintenant, pas maintenant²*. – ele sorriu fraco e olhou na minha direção depois fechou os olhos
— Lana Paul precisa se alimentar eu vou atrás de um dos nossos servos... – ela lançou um olhar tenso para Paul — ele vai precisar de três ou quatro pessoas para acelerar a recuperação sem matar ninguém. – ela voltou seu olhar para mim — S’il vous plaît cuide de mon frère.³*
Ela saiu pela porta do quarto me deixando a sós com Paul eu automaticamente fui para perto dele já fazendo um feitiço que deixava minhas mãos envoltas em esferas azuis de energia indo direto em seus machucados fazendo-o soltar uma exclamação de dor.
— Paul você vai ter que ser forte. – disse pra ele com os olhos formando grossas lagrimas.
— Por você posso tentar ser petit – ele me respondeu numa voz fraca.
Lagrimas rolaram pelos meus olhos eu não pude segura-las elas simplesmente desciam pelo meu rosto, Paul ergueu a mão e limpou minha lagrima.
—Não fique assim chérie... – ele me olhava com ternura — Seja forte por mim também.
Sorri pra ele e fiz sinal para que ele não se movesse tirei a blusa rasgada e as calças deixando-o só com as roupas de baixo, pude ter uma dimensão de seus ferimentos,eles eram extremamente profundos o que me deixou preocupada e assustada.
Paul estava realmente mal.
Comecei o processo de cura
me concentrando primeiro nos ferimentos mais profundos tentando fazer os
sangramentos dele estacarem, demorou um pouco mais consegui fazer seu sangue
parar de se esvair, depois comecei a consertar alguns ossos quebrados de suas
costelas. Depois de um tempo tentando repara-las sem muito sucesso – pelo que
vejo a estrutura óssea de um vampiro é mais resistente, porém muito mais
difícil de consertar. – Josette chegou com três pessoas para que Paul pudesse
se alimentar e ter uma melhor recuperação, olhei para com um sorriso fraco e um
olhar aflito que foi retribuído da mesma forma.
Sai do quarto para dar uma
privacidade aos dois, fiquei andando de um lado para o outro no corredor para
aliviar um pouco a tensão que percorria meu corpo, eu estava muito tensa.
Depois de um tempo Josette saiu do quarto seguida das três pessoas que estavam
pálidas e nitidamente tontas.
— Lana fique com Paul
agora... Ele pede sua presença. – ela sorriu e eu fiz um aceno de cabeça me
lançando para a porta entrando aos tropeços.
— Não caia petit, não
precisamos de mais uma pessoa invalida! – Paul me disse com a voz completamente
cansada.
— Você não está invalido
Paul. – Repreendi a forma como ele se colocou.
Ele esboçou um sorriso
fraco. — Estou temporariamente invalido Lana, tenho que me recuperar isso pode
demorar alguns dias, essas três pessoas não foram o suficiente.
Sim era claro que elas não
foram o suficiente, os olhos dele ainda estavam escuros e eu podia ver a dor
que ele sentia, esses ferimentos não são comuns ele estava seriamente
debilitado. Segurei a mão dele olhando em seus olhos, ele sorrio novamente
tentando esconder a dor que ele sentia, eu já o conhecia bem de mais para não
notar quando ele se sentia mal...
Eu avancei um pouco para
ele e retirei meu cabelo da curvatura do
meu pescoço me inclinando sugestivamente para ele.
— Lana... – ele me disse
com voz rouca e levemente surpresa — Nesse estado eu posso acabar te
machucando.
— Paul não me conteste. –
eu disse com tanta firmeza que eu mesma me espantei.
Ele inalou meu pescoço e
segundos depois ele me perfurou com as suas presas, sugava meu sangue aos
poucos, tentando não perder o controle, para não me machucar.
Meu corpo tinha uma reação estranha a isso, quando
ele me mordia eu sinto todos os meus músculos abdominais contraírem e eu fico
eufórica, mas também queria ficar quieta sentindo as ondas de calor que
passavam pelo meu corpo, minha vontade era me aproximar dele e me recostar,
porém sei que se o fizer vou machuca-lo muito mais do que ele já está.
Ele levou uma das mãos
para o lado do meu pescoço que a sua boca não cobria e fez um carinho enquanto
suas presas me abandonavam.
Ele me olhava nos olhos
quando disse — Obrigado por cuidar de mim chérie. Je t'aime**.
Meus olhos encheram-se de
lagrimas e não pude deixar de sorrir para Paul.
— Não se esforce...
Descanse... Amanhã quero você melhor ok!
Ele retribuiu meu sorriso
e fechou os olhos e eu só reforcei pra ele pegar no sono rápido.
Dei mais uma verificada
nos ferimentos dele e percebi que alguns já estavam melhorando e outros estavam
feios, e foi exatamente nesses ferimentos que eu me dediquei pelo resto da
noite.
Fui me concentrando em
cada ponto de ferimento mais sério executando feitiços de cura mais elaborados
que eu conhecia para acelerar cura, reparar ossos, fechar fendas musculares...
Não tinha percebido, mas Paul estava realmente mal e por um pouco não morreu,
com esse pensamento eu comecei a chorar copiosamente, a percepção de que eu
realmente não perdi o vampiro mais irritante, chato, grosso, educado,
carinhoso, inteligente, charmoso, sexy e bipolar que eu conheci na vida e que
estou me dando conta de que eu realmente amo...
Mesmo depois de todos os
surtos que já tive me provando que realmente gosto dele, vê-lo perto da morte
me fez ver o tamanho desse sentimento.
Mesmo tendo tantas coisas
nos atrapalhando – tipo um demônio maligno que tem que ser liberto – quero que
isso que rola entre a gente de certo... E eu vou me esforçar pra que funcione.
Com esse pensamento me concentrei em curar esses ferimentos dele, a cada um que
eu tratava ele se contorcia e fazia algumas caretas, mas contando com a minha habilidade
– que não é muita – e com que aprendi com Calardan e Claude pela manhã a
maioria desses ferimentos estarão quase curados.
N/a: ¹*irmão o que aconteceu?
Você pode me ouvir? Por favor, fale comigo!
²*Josette calma, eu estou
bem.Eu não vou morrer agora,
não agora
³* Por favor cuide do meu irmão.
** Te amo.
** Te amo.